segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Aventura na China, parte 3


Nada mais interessante do que nas viagens praticar o "people watching". Entao a terceira e ultima parte da trilogia da China vai ser dedicada as impressoes pessoais que tive ao pratica-lo na China.

La ninguem respeita farol, pedestre ou fila. Ninguem acha feio arrancar a catota em publico e todo mundo catarra em qualquer lugar e a todo o momento. Todo mundo vende e consome produto falsificado e ninguem pede autorizacao antes de mexer nas suas coisas. Ninguem entende ingles ou japones, muito menos portugues (nem em Macau). Todo mundo quer tirar mais grana possivel do estrangeiro e ninguem sabe falar em voz baixa (perai, isso e a China ou e o Brasil???).

Parece um caos? E e. Um caos total. A situacao e ainda pior porque nao e um, outro, centenas ou milhares de pessoas fazendo isso. E simplesmente um quarto da populacao mundial, ou seja, 1 bilhao de 300 milhoes de pessoas fazendo isso. E ainda ao mesmo tempo. E a todo o momento.

E tendo em vista os jogos olimpicos, o governo central chines vem fazendo um esforco tambem olimpico para aplicar um corretivo no povo, corrigindo os habitos, digamos, pouco ortodoxos aos olhos ocidentais, transformando-os em algo mais palatavel aos milhares de turistas e principalmente jornalistas que devem invadir o pais a partir do oeste, daqui a pouco menos de um ano. Mas sabe como e, e impossivel mudar uma tradicao de milhares de anos em meses e, consequentemente, todo o projeto de mostrar ao mundo que o chines em geral conhece os bons modos ocidentais vai caminhando a largos passos a um fracasso retumbante.

Mas o povo chines nao e mal. Pelo contrario. Uma vez superada a barreira da lingua e estabelecida a comunicacao, seja pela sorte de encontrar um interlocutor que fale a alguma lingua que voce entenda, seja pela sua habilidade com a mimica, as pessoas se mostram as mais solicitas, simpaticas, pacientes e gentis do mundo. E quase como o mito do bom selvagem.

Por isso, faco aqui um mea-culpa e peco desculpas a todos os chineses que se aproximaram de nos na maior boa vontade e nao foram bem recepcionados por este que vos escreve.不起!!

Aproveitando, agradeco tambem a Mary e o Lee pela casa de cha super tradicional e fechada aos estrangeiros, a aula de historia e cultura chinesas e a introducao a culinaria local.

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