terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Musicas bacanas

Toda vez que vou aos restaurantes e bares* para ter uma experiencia gastronomica – nunca e uma simples refeicao, tamanha a qualidade dos pratos - noto que a musica ambiente (sempre em volume agradavel) e jazz ou “new” bossa nova. Isso so mostra o quanto uma boa musica torna os momentos agradaveis do dia ainda melhores.

So comecei a falar sobre trilha sonora porque o comercial mais recente do iPod Touch que passa na TV e embalada por “Music is my hot hot sex”, do CSS (que alias tocaram no maior festival de musica do verao do Japao).

* nao contabilizados os estabelecimentos brasileiros, como os encontrados em Roppongi, o bairro mais nojento de Toquio, embalados por axe e pagode da pior qualidade.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Ta comemorando o que, cara-palida?

Dando uma fucada na internet vi que a materia de capa da Veja e o centenario da imigracao japonesa no ano que vem. Nao que eu pretenda gastar dinheiro com a revista tida como a mais importante do Brasil. Acho que so vou ter a oportunidade de ler a edicao se na minha visita ao dentista ou a peluqueria tiver uma edicao disponivel.

Mas imagino que a colonia esteja em polvorosa tendo em vista a proximidade da data e a midia em geral deve estar dando maior atencao as atividades da maior populacao de origem japonesa fora do Japao. Deve-se esperar brilho e grandiosidade nos eventos que cercam a efemeride e a data deve estar na boca do povo.

Mas do outro lado do mundo, as coisas nao sao bem assim. Pouca ou nenhuma gente (fora a legiao de brasileiros que invadiram o pais a partir da decada de 90 atras do sonho japones) aqui no Japao se importa com a data. Sobre o acontecimento, so vi mesmo um cartaz em uma das paredes da estacao Otemachi do metro. Mas mesmo assim ele e meio apagadinho e acaba camuflado em meio a outros cartazes institucionais (e que por isso passam despercebidos) que sao ate mais chamativos e visualmente mais atraentes.

Acho que nao e para menos. O brasileiro no Japao e em sua esmagadora maioria formada por pessoas de baixa e media qualificacao que prefere apertar parafusos e colar chipes no Japao e ganhar um salario equivalente a de advogado junior brasileiro em algum grande escritorio de advocacia (tanto um como outro nao deixam de ser trabalhadores bracais....) a encarar uma excitante, desafiadora e promissora carreira de taxista no Brasil.

Para piorar a situacao, o brasileiro, juntamente com norte e sul-coreanos e chineses, e um dos povos que sao mais responsabilizados pela escalada da violencia urbana nos ultimos anos. O Japao continua sendo um dos paises mais seguros do mundo, mas as estatisticas mostram que nas ultimas decadas, o crescimento da imigracao coincidiu com um aumento bastante significativo na quantidade de golpes, roubos, furtos, estupros e assassinatos. E uma visao bastante tendenciosa e preconceituosa, mas para a cabeca de muitos japoneses, os “gaijins” sao os responsaveis pela violencia japonesa (ainda que os noticiarios de cobertura nacional so mostrem crimes cometidos por locais).

Tomada a situacao por esta perspectiva, nao e de se espantar a postura japonesa em relacao ao centenario da imigracao japonesa no Brasil. Porque um pais que renasceu das cinzas gracas ao trabalho e a educacao (e financiamento norte-americano), teria que celebrar uma associacao com um pais que tem a imagem de possuir as mulheres mais vadias, o povo mais vagabundo e festeiro, sem educacao (para nao dizer selvagem) do mundo e que so pensa em jogar futebol? Nao que o Japao tenha ojeriza em relacao ao Brasil. Eles so nao dao importancia nenhuma. Ta todo mundo cagando e andando para o que deveria ser um evento de grande importancia – ao menos sob o ponto de vista do brasileiro.

Pois e, essa coisa de “100 anos de imigracao”, “ano do Brasil na Franca” e outras festividades do genero sao coisas que so servem para ficar massageando o ego do brasileiro medio, aquele que nao desiste nunca e que acha que e a melhor coisa do Brasil, quica do mundo. Mas atencao, a Copa do mundo e do Ricardo Teixeira!