sexta-feira, 19 de setembro de 2008

"Suppon"


As ultimas semanas que me restam no Japao estao sendo preenchidas por jantares diarios com diversas pessoas com quem convivi e trabalhei junto nestes tempos de Toquio. Tudo parte do meu "soubetsukai", "festa de despedida" ou "farewell party", para os globalizados.

Estou tentando nao repetir os pratos, comendo cada dia em um restaurante diferente com especialidades diversas. As vezes e necessario pensar muito para nao repetir. Mas para repetir a de ontem, acho que vai ser bem complicado.

Experimentei pela primeira vez o "suppon nabe", um cozido de uma especie de tartaruga carnivora que existe por aqui. Sim, o bicho, alem de cascudo, e carnivoro, se alimenta tambem de pequenos passaros que ficam vacilando na beira dos rios. Nao a toa, foi a inspiracao do "Gamera" (fotos), avo do Gojira (ou Godzila para os globalizados) e outros monstros gigantes que sempre insistem em destruir Toquio.

No imaginario local, pelo fato da dita cuja ser repleta de colageno, acredita-se que faz muito bem a pele e tambem da uma energia, um gas extra a quem o consome.

Para acompanhar, um copo do tradicional sangue de "suppon".

A iguaria veio servida em pequenas pecas cozidas em uma panela com caldo de "suppon", vegetais, tofu e shitake. O sabor e proximo de um frango, mas revestido de uma cartilagem macia e de consistencia gelatinosa. Como ficar tentando imaginar qual a parte da tartaruga que esta sendo colocada na boca pode dificultar as coisas, o jeito foi comer sem ficar olhando muito para a cumbuca ou estrategicamente colocar o shitake por cima da carne para dar uma disfarcada.

Quanto ao sangue, pelo fato de vir misturado a um suco de uvas (acho que era uva), tem um sabor proximo a de uma sangria. O seu cheiro nao incomoda, mas tambem nao e a coisa mais agradavel do mundo. Basta nao se incomodar com os pedacos de coracao picado que ficam no fundo do copo, fungar o necessario somente para respirar e nao sentir o cheiro e mandar tudo goela abaixo.

Toda a refeicao ainda foi acompanhada de aguardente coreana e uma especie de cerveja branca coreana.

Em resumo, apesar de parecer assustador e bizarro, o sabor, quer da tartaruga carnivora, quer do sangue nao e ruim. Mas tambem nao me faz ter vontade de comer de novo esse prato num curto prazo.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Dias tristes

Hoje a Sue partiu para o Brasil.

Serao mais de 2 semanas de intenso sofrimento por estar sem metade da minha vida.