terça-feira, 8 de abril de 2008

Estrela no ceu nublado


Toquio conta com casas excepcionais como o Benoit do Alain Ducasse (primeiro chefe a ter tres restaurantes em tres paises diferentes com tres estrelas cada), sem mencionar os restaurantes do Joel Robuchon (eleito “o chef do seculo” pelo guia Gault Millaut, outra biblia francesa de restaurantes), os templos gastronomicos do lendario Paul Bocuse e outros inumeros locais com a grife de outros grandes chefes mundialmente famosos.

Mas depois de ir ao Beige, tambem de propriedade do Ducasse e igualmente estrelado pelo Guide Rouge, cheguei a conclusao de que Sao Paulo, ainda que a anos-luz de ser a capital mundial da gastronomia, esta igualmente longe de ser um cemiterio. Particularmente prefiro a comida do Fasano a do Beige.

Enquanto ele existir, a Pauliceia nao tera do que reclamar. Terao um oasis no meio do deserto de sanduiches de “mortandela”, churrasco grego com vinagrete e dogao de barraca.

Um novo sentido para "pegadinha"

exemplar femea da raca japonesa Shiba

Qualquer um que ouve as historias que ouvi ou simplesmente sair a noite em algum local frequentado por gringos vai imediatamente chegar a conclusao de que Toquio definitivamente e o local para o solteiro de origem/tracos ocidentais se dar bem. E para a sua correspondente feminina se dar muito mal.

De um lado, a desprivilegiada mulher tem de se desdobrar para arrumar algum cara para sair. Necessario lembrar que o japones via de regra faz a sombrancelha e ultrapassou faz tempo a fronteira do metrossexualismo para adentrar (uia!) no espinhoso (nooofa!) territorio do retrossexualismo. Mesmo se ela consegue superar estes percalcos ela ainda vai ter de esperar durante muito, mas muito tempo, ate ouvir o velho “no meu ape ou no seu?”.

Ja o homem e como o ursao malandro que fica de boca aberta na cabeceira do rio tediosamente esperando os salmoes que ficam batendo na sua cara cairem dentro de sua boca.

Mesmo sem ter rolado uns beijinhos a mulher ja se convida para passar a noite no seu ape ou tomar uma ducha (???). No comeco tem gringo que acha que e costume local a mulher nao voltar sozinha pra casa a noite e ate fica meio sem jeito e diz que so tem uma cama e tal, se ela nao se incomoda, mas sempre tem como resposta uma risadinha (falsamente) timida como que dizendo “seu bobo”.

Mas nem sempre o coito sera precedido de um drinquezinho. O seguinte dialogo, que ilustra um exemplo extremo, porem real, ocorreu no vagao de um trem:

Fulana, com um Engrish macarronico: “Ola, eu me chamo Fulana, qual o seu nome?”
Gringo, sem entender direito qual e a da moca: “...bem, eu me chamo Gringo...”
F: “Muito prazer, eu tenho 2X anos, e vc?”
G, ja meio desconfiado: “Er....Tenho 3X...”
F: “Que legal. Eu gosto muito de sexo, e voce?”
G, ja tendo a absoluta certeza de que esta fazendo parte de um quadro do Joao “Para! Para! Para!” Kleber: “Puxa, que coincidencia, eu adoro isso. Qual o seu telefone?”
E os dois descem juntos na mesma estacao de trem.

Se bem que os acontecimentos que sucedem o coito sao um problema.

A mulher e agressiva no approach mas logo crava suas unhas no seu novo territorio. Vai importunar o sujeito durante semanas, ligando todas as tardes e querendo passar todas as noites no seu novo dominio. Se o cara vacilar e der a chance de passar mais do que duas noites la, ela ja vai se achar no direito de redecorar o apartamento inteiro.

No pain no gain...