quarta-feira, 30 de julho de 2008

Breaking news!

Os jornais japoneses publicam as informacoes recebidas dos verdadeiros “clubinhos de jornalistas” que mantem uma relacao promiscua com as fontes.

Como resultado, todos os jornais e telejornais publicam sempre as mesmas informacoes e trazem sempre mais ou menos os mesmos comentarios, nao sendo possivel distinguir posicionamentos claramente dissoantes entre os diversos veiculos tampouco pluralidade de ideias, nao obstante a grande quantidade de grandes jornais em circulacao.

Talvez esta escrita tenha sido quebrada recentemente pela edicao em ingles do Mainichi Shimbun, um dos mais prestigiosos do arquipelago japones.

A edicao em ingles do dito jornal mantinha uma coluna chamada “WaiWai” que trazia artigos abordando o que seria considerado o lado mais obscuro da sociedade japonesa, principalmente em materia sexual. O problema e que a aludida coluna simplesmente reproduzia, sem indicar a origem, historias ficticias publicadas por tabloides de baixa ou nenhuma credibilidade como se fossem verdades absolutas, por mais inverossimil que fosse a historia contada. E em virtude do prestigio da edicao japonesa do jornal, a edicao inglesa tambem poderia ser vista como uma fonte confiavel de noticias aos olhos de jornalistas estrangeiros menos acostumados com a sociedade japonesa, dai imaginem o estrago causado.

Recentemente aconteceu de uma agencia noticiosa australiana publicar na terra dos coalas, como se fosse a ultima moda no Japao, um artigo sobre um restaurante supostamente localizado nos arredores de Roppongi, um dos bairros boemios de Toquio, que permitia que os seus clientes comessem o prato antes de come-lo, ou seja, estimulava a pratica de zoofilia e depois preparavam o mesmo animal objeto da pratica sexual para servir de alimento (pelo menos ninguem podia reclamar se surgisse um pelo no prato). Outro jornalista menos informado ainda espalhou a noticia de que era comum as maes japonesas pagar um boquete nos proprios filhos para que eles ficassem menos estressados com a vida escolar (se bem que um medico brasileiro ja me contou uma historia de uma mae que foi flagrada em um hospital brasileiro fazendo a mesma coisa para acalmar o filho com retardo mental que se encontrava internado sob a justificativa de que aquilo era a unica coisa que o acalmava...).

Coisas que uma pessoa que reside no Japao sabe que esta muito longe da realidade, ainda que o Japao seja um lugar estranho, bizarro e principalmente hipocrita em se tratando de praticas sexuais.

Como resultado, a referida coluna foi extinta, o editor responsavel punido e o jornal obrigado a divulgar um pedido publico de desculpas, especialmente as japonesas, quase sempre retratadas como pervertidas e doentes.

terça-feira, 29 de julho de 2008

Lei Seca

Inconstitucionalidades a parte, a tal da “lei seca” brasileira preve penas ainda brandas se comparada a lei equivalente em vigor do lado de ca do globo.

Desde setembro de 2007, o motorista que for flagrado sob influencia de alcool (tolerancia equivalente ao da lei brasileira), corre o risco de tomar uma multa de ate 500 mil ienes ou mais de US$ 4.600 e pena de detencao de ate 3 anos em regime fechado. Se o motorista se envolver em acidente com vitima e nao prestar socorro, a multa pode subir para ate 1 milhao de ienes e pena de detencao de ate 10 anos. Caso a vitima morra, a pena de detencao sobe para ate 15 anos. Motorista que se recusar a fazer o teste do bafometro toma multa de 500 mil ienes e corre o risco de permanecer preso por ate 3 anos.

Mas talvez o grande diferencial da lei daqui e que ate o passageiro, portador de habilitacao ou nao, pode ser multado por i) permitir que um sujeito alcoolizado pegue o volante ou ii) oferecer bebida a alguem que va pegar o volante. A multa aos passageiros varia de 300 mil ienes ou 1 milhao e pena de dois a cinco anos de prisao, dependendo da situacao. O mesmo vale para o estabelecimento que oferecer bebida alcoolica a alguem motorizado.

Nao facam perguntas dificeis do tipo como se faz para identificar o estabelecimento que deu cachaca pro pudim de cana.