quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Podem me chamar de idiota, mas nao vou tirar carteirinha de estudante

Em um pais civilizado como o Japao, a aquisicao de um ingresso para um evento hiper-mega concorrido nao exige preparacao fisica ou aquisicao de material de camping. Basta um calendario e uma agenda organizada.

Chegado o momento em que os ingressos comecam a ser vendidos, faz-se um telefonema ou manda-se um e-mail para a organizacao e de pronto eles lhe mandam uma senha, que deve ser informada em qualquer loja de conveniencia, pagar o valor em dinheiro, celular, qualquer cartao de credito, debito e ter em segundos os ingressos desejados. Sempre saimos limpinhos depois do processo de aquisicao dos ingressos.

Por desejar uma nacao com uma dose menos cavalar de selvageria, voltando ao Brasil vou ver quanto tempo sobrevivo sem recorrer ao jeitinho, a malandragem ou a carteirinha de estudante.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Do Thrash Metal e "kohaku utagassen"

Assistindo a TV logo que cheguei no Japao, vi um sujeito cabeludo de rosto conhecido mandando um japones perfeito em um programa de entrevistas.

Fiquei muito tempo tentando lembrar quem era aquela figura familiar, eis que descubro que o ser era nada mais nada menos que o Marty Friedman, um dos guitarristas do Megadeth, banda americana muito influente no cenario thrash-metal/speed-metal nos anos 80/90.

O Megadeth, para quem nao sabe, era a banda “rival” do Metallica. O ponto de conexao entre as duas bandas era o Dave Mustaine, que participou do Metallica antes deles virarem Metallica. O cara era tao casca grossa e barra pesada – o maluco era traficante de drogas e acabou entrando pro mundo do heavy metal porque um de seus clientes sempre trocava drogas por discos de metal - que acabou sendo expulso da banda. Em que pese a sua expulsao, diversas musicas de sua autoria entraram nos primeiros discos do Metallica - as classicas “Kill’em All” e “Ride the Lighthning” - sendo “Four Horsemen” a mais classica de todas elas. Saiu do Metallica e montou o Megadeth, que veio a estourar nas paradas um pouco depois.

Marty Friedman hoje em dia e celebridade no Japao, onde mora desde 2003 e participa constantemente de shows televisivos.

O cara ta tao japones que ate participou de um “Kohaku Utagassen”, o programa de TV mais mega-super-hiper tradicional Japao que ja ha algumas decadas vai ao ar sempre na virada do ano. Este programa divide os cantores de destaque no cenario musical japones em dois times – o vermelho e branco, cores da bandeira nacional – que disputam ao longo de algumas horas qual o grupo que reune os melhores cantores/cantoras, que em turnos vao se apresentando ao publico e ganhando pontos atribuidos pelos jurados com base na performance visual/musical de cada um. Obviamente vence o grupo com mais pontos. Nao lembro quais sao os premios ao grupo vencedor, mas se for seguir o padrao das premiacoes dos programas de TV japoneses, talvez cada um leve para casa ao final uma cesta de frutas, 3 kilos de carne de “wagyu” ou um saco de cogumelos raros desidratados.

Acabei mudando de assunto(s) no meio do post, mas queria dizer que senti uma nostalgia incrivel quando via a figura do Marty Friedman na TV. Saudades de meus tempos adolescente head-banger. Tanto ouvia o CD dos caras – do Megadeth, que fique claro - que nao era incomum o disquinho quebrar depois de alguns meses.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Fim de semana

Sexta-feira fiz a cobertura fotografica de um dos ultimos desfiles da Japan Fashion Week Spring Summer 2009 junto com a Sue, que ja havia acompanhado outros desfiles desta temporada. Veja a cobertura no www.dropsmagazine.com.br.

Domingo fui a uma das apresentacoes com casa cheia que o grupo brasileiro Companhia Tamandua de Danca-Teatro, referencia em butoh no Brasil, fez em Toquio. Nao entendo nada de danca, muito menos de butoh, mas nao foi muito agradavel ver atores e seus corpos gordos sem roupa encenando.

Esta semana

Nesta semana comecam oficialmente os eventos de despedida do casal japa mais cool do Brasil da terra do sol nascente, com uma sequencia diaria de jantares. Haja sal de fruta.