segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Aventura na China, parte 1

Nao poderia comecar a falar da China sem tocar no meu esporte predileto: comer.

Adoro a culinaria chinesa. Cheio de cores, cheiros, texturas, ervas e especiarias, coisas que eu adoro e abuso em minhas aventuras pela cozinha.

Os pratos sao preparados com muito carinho e todo esse carinho se reflete na fartura e na quantidade de pratos que sao servidos em cada refeicao. Sempre tem que ter arroz, dumplings, verduras, proteina, sopa.

Mas pedir pratos em um pais em que quase ninguem fala outra lingua que nao o chines e complicado. Principalmente se voce nao quiser experimentar algo pouco ortodoxo. E mais especialmente se o pais e conhecido por comer tudo que voa - e nao para no aeroporto - e tudo que esta no mar - e nao e navio ou submarino (a foto abaixo foi tirada no Do Dong, cujo carro chefe e o Pato de Pequim e e um dos restaurantes mais premiados de Pequim).

Tivemos experiencias surreais justamente porque optamos por enfrentar o desafio de frequentar os restaurantes autenticamente chineses, que nao sao frequentados por turistas e que por isso nao estao em guia nenhum. Todos eram no melhor estilo Chi-Fu da Liberdade (em todos os aspectos), com o detalhe de que nao tinha nada escrito em uma lingua conhecida.

E ainda se nao bastasse, sempre queriamos saber os ingredientes e a forma de preparo. Ainda que eu saiba ler o ideograma japones, que se originou do chines, nao conseguia decifrar nada alem do principal ingrediente.

E de uma certa forma, acho que isso foi positivo, caso contrario nao teriamos comido nada. Duvido que alguem em sa consciencia pediria uma "cabeca de leao" acompanhado de "formigas escaladora de arvores" ou um "arroz 8 tesouros". Pois sao estes os criativos e sofisticados nomes dados a almondega de porco e ao arroz chop-suey (nao sei qual o nome em portugues o das formigas).

E falando em criatividade, imaginem a situacao de comecar a fazer mimica no restaurante e todo o staff do restaurante, do gerente ao chef, parar tudo para se reunir a nossa volta com enormes pontos de interrogacao na cara para ver dois malucos gesticulando e falando uma lingua completamente estranha...

Mas o restaurante foi o menor dos desafios.

O mais engracado mesmo foi o longo processo para alugar bicicleta em Pequim. Ate descobrirmos como funcionava exatamente o sistema de deixar uma garantia equivalente a R$ 50,00, tivemos que abusar da mimica, de desenhos, organogramas e esquemas. Ao final da negociacao, que durou sem qualquer exagero uns 30 minutos, tinhamos uma verdadeira apresentacao em powerpoint com pelo menos uns 5 slides explicando minuciosamente o sistema de depositar a grana, receber um cartao magnetico, andar de bicicleta pela cidade por 2 horas, retornar o equipamento ao tiozinho, pagar a grana (miseros R$0,60 pelo periodo) e receber a garantia de volta.
Agora desafiamos qualquer um a ganhar de nos no Imagem&Acao.

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