terça-feira, 4 de novembro de 2008

Já mudou alguma coisa do lado de lá


Japonês via de regra não tem qualquer entusiasmo para discutir política.

Para eles, é uma dessas coisas da vida que são inevitáveis e imutáveis, como o fato do Partido Liberal Democrata dominar o cenário político japonês por décadas.

Mas tudo muda de figura em uma sonolenta cidade portuária do Japão, onde as eleições americanas são objeto de calorosas discussões pelas ruas e objeto de matérias e mais matérias pelas televisões japonesas.

Desde as primárias existiam torcidas organizadas para apoiar o Obama e os debates eram transmitidos ao vivo pelas cidades em telões e tevês colocadas em locais de aglomeração pública. Pessoas vestidas com camisetas coloridas com os dizeres “I Love Obama” podem ser encontradas facilmente pelas ruas. Pequenas multidões não param de bradar “Obama, Obama, Obama”. Nos pequenos comércios da cidade, os comerciantes vendiam de tudo desde camisetas, sanduíches, bolos e palitinhos com o nome “Obama” estampado. Como Copa do Mundo no Brasil.

O curioso é que talvez não more nenhum norte-americano por lá. Talvez ninguém fale inglês na cidade.

Ainda assim, a cidade e seus moradores foram alvo até de agradecimento pessoal do candidato democrata. Tudo porque ela também se chama Obama.

Agora os seus moradores sonham com uma visita oficial do candidato da mudança à cidade diante da possibilidade dele se eleger o primeiro presidente negro dos EUA.

domingo, 12 de outubro de 2008

Balancinho

Foi um período muito marcante de minha vida.

Uma época em que passsei a morar junto com a Sue e a idéia de contrair matrimônio realmente ganhou (muita) força.

Tempos de amadurecimento pessoal e profissional.

Dias em uma das cidades mais vibrantes do mundo.

Experiência de viver em um lugar que as coisas dão certo e é possível fazer planejamentos a longo prazo.

Gostaria de agradecer o imenso carinho das pessoas com quem convivi nos meus Tokyo days. Até chorei sozinho no trem ao ler a mensagem de despedida das pessoas. Realmente foi muito gratificante saber que consegui de uma certa forma deixar uma marquinha em suas vidas. No final das contas, é isso que fica, saudade das pessoas.

Sinal de que foi bom.

Em um futuro próximo...

Estive as últimas semanas envolvido no processo de mudança de continente e não tinha tempo para postar nada. De volta ao Brasil, mergulhei no processo de organização do casório e procura de apartamento, então também não tive tempo de postar.

A verdade é que este blog acabou entrando num processo meio de limbo, pois ainda estou trabalhando a decisão de encerrar de vez o blog ou se vou postando de vez em quando alguma coisa que der na telha.

Enquanto nenhuma decisão é tomada, preciso logo confessar que fiquei assustado com o trânsito de São Paulo.



O que presenciei logo na primeira semana de Brasil foram motociclistas andando pela calçada e avançando sobre quem estivesse sobre ela, motoristas barbarizando pedestres que estão tentando atravessar a rua sobre a faixa de pedestres, caos e desordem provocada pela pressa e pela vontade de querer antes de mais se dar bem, disposição dos carros parados nos congestionamentos que lembrava uma cena de destruição causado por algum desastre natural, pessoas nervosas que não pensam 2 vezes antes de afundar a mão na buzina, ruas esburacadas e horrorosas, medo de ser atacado, abalrroado, assaltado.


O futuro próximo de Mad Max já chegou.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Ame-o ou deixe-o ou welcome to the jungle


Comeco a pensar se foi mesmo uma boa ideia retornar agora ao Brasil.

Onde fica mesmo a saida mais proxima para a civilizacao?

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

"Suppon"


As ultimas semanas que me restam no Japao estao sendo preenchidas por jantares diarios com diversas pessoas com quem convivi e trabalhei junto nestes tempos de Toquio. Tudo parte do meu "soubetsukai", "festa de despedida" ou "farewell party", para os globalizados.

Estou tentando nao repetir os pratos, comendo cada dia em um restaurante diferente com especialidades diversas. As vezes e necessario pensar muito para nao repetir. Mas para repetir a de ontem, acho que vai ser bem complicado.

Experimentei pela primeira vez o "suppon nabe", um cozido de uma especie de tartaruga carnivora que existe por aqui. Sim, o bicho, alem de cascudo, e carnivoro, se alimenta tambem de pequenos passaros que ficam vacilando na beira dos rios. Nao a toa, foi a inspiracao do "Gamera" (fotos), avo do Gojira (ou Godzila para os globalizados) e outros monstros gigantes que sempre insistem em destruir Toquio.

No imaginario local, pelo fato da dita cuja ser repleta de colageno, acredita-se que faz muito bem a pele e tambem da uma energia, um gas extra a quem o consome.

Para acompanhar, um copo do tradicional sangue de "suppon".

A iguaria veio servida em pequenas pecas cozidas em uma panela com caldo de "suppon", vegetais, tofu e shitake. O sabor e proximo de um frango, mas revestido de uma cartilagem macia e de consistencia gelatinosa. Como ficar tentando imaginar qual a parte da tartaruga que esta sendo colocada na boca pode dificultar as coisas, o jeito foi comer sem ficar olhando muito para a cumbuca ou estrategicamente colocar o shitake por cima da carne para dar uma disfarcada.

Quanto ao sangue, pelo fato de vir misturado a um suco de uvas (acho que era uva), tem um sabor proximo a de uma sangria. O seu cheiro nao incomoda, mas tambem nao e a coisa mais agradavel do mundo. Basta nao se incomodar com os pedacos de coracao picado que ficam no fundo do copo, fungar o necessario somente para respirar e nao sentir o cheiro e mandar tudo goela abaixo.

Toda a refeicao ainda foi acompanhada de aguardente coreana e uma especie de cerveja branca coreana.

Em resumo, apesar de parecer assustador e bizarro, o sabor, quer da tartaruga carnivora, quer do sangue nao e ruim. Mas tambem nao me faz ter vontade de comer de novo esse prato num curto prazo.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Dias tristes

Hoje a Sue partiu para o Brasil.

Serao mais de 2 semanas de intenso sofrimento por estar sem metade da minha vida.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Podem me chamar de idiota, mas nao vou tirar carteirinha de estudante

Em um pais civilizado como o Japao, a aquisicao de um ingresso para um evento hiper-mega concorrido nao exige preparacao fisica ou aquisicao de material de camping. Basta um calendario e uma agenda organizada.

Chegado o momento em que os ingressos comecam a ser vendidos, faz-se um telefonema ou manda-se um e-mail para a organizacao e de pronto eles lhe mandam uma senha, que deve ser informada em qualquer loja de conveniencia, pagar o valor em dinheiro, celular, qualquer cartao de credito, debito e ter em segundos os ingressos desejados. Sempre saimos limpinhos depois do processo de aquisicao dos ingressos.

Por desejar uma nacao com uma dose menos cavalar de selvageria, voltando ao Brasil vou ver quanto tempo sobrevivo sem recorrer ao jeitinho, a malandragem ou a carteirinha de estudante.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Do Thrash Metal e "kohaku utagassen"

Assistindo a TV logo que cheguei no Japao, vi um sujeito cabeludo de rosto conhecido mandando um japones perfeito em um programa de entrevistas.

Fiquei muito tempo tentando lembrar quem era aquela figura familiar, eis que descubro que o ser era nada mais nada menos que o Marty Friedman, um dos guitarristas do Megadeth, banda americana muito influente no cenario thrash-metal/speed-metal nos anos 80/90.

O Megadeth, para quem nao sabe, era a banda “rival” do Metallica. O ponto de conexao entre as duas bandas era o Dave Mustaine, que participou do Metallica antes deles virarem Metallica. O cara era tao casca grossa e barra pesada – o maluco era traficante de drogas e acabou entrando pro mundo do heavy metal porque um de seus clientes sempre trocava drogas por discos de metal - que acabou sendo expulso da banda. Em que pese a sua expulsao, diversas musicas de sua autoria entraram nos primeiros discos do Metallica - as classicas “Kill’em All” e “Ride the Lighthning” - sendo “Four Horsemen” a mais classica de todas elas. Saiu do Metallica e montou o Megadeth, que veio a estourar nas paradas um pouco depois.

Marty Friedman hoje em dia e celebridade no Japao, onde mora desde 2003 e participa constantemente de shows televisivos.

O cara ta tao japones que ate participou de um “Kohaku Utagassen”, o programa de TV mais mega-super-hiper tradicional Japao que ja ha algumas decadas vai ao ar sempre na virada do ano. Este programa divide os cantores de destaque no cenario musical japones em dois times – o vermelho e branco, cores da bandeira nacional – que disputam ao longo de algumas horas qual o grupo que reune os melhores cantores/cantoras, que em turnos vao se apresentando ao publico e ganhando pontos atribuidos pelos jurados com base na performance visual/musical de cada um. Obviamente vence o grupo com mais pontos. Nao lembro quais sao os premios ao grupo vencedor, mas se for seguir o padrao das premiacoes dos programas de TV japoneses, talvez cada um leve para casa ao final uma cesta de frutas, 3 kilos de carne de “wagyu” ou um saco de cogumelos raros desidratados.

Acabei mudando de assunto(s) no meio do post, mas queria dizer que senti uma nostalgia incrivel quando via a figura do Marty Friedman na TV. Saudades de meus tempos adolescente head-banger. Tanto ouvia o CD dos caras – do Megadeth, que fique claro - que nao era incomum o disquinho quebrar depois de alguns meses.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Fim de semana

Sexta-feira fiz a cobertura fotografica de um dos ultimos desfiles da Japan Fashion Week Spring Summer 2009 junto com a Sue, que ja havia acompanhado outros desfiles desta temporada. Veja a cobertura no www.dropsmagazine.com.br.

Domingo fui a uma das apresentacoes com casa cheia que o grupo brasileiro Companhia Tamandua de Danca-Teatro, referencia em butoh no Brasil, fez em Toquio. Nao entendo nada de danca, muito menos de butoh, mas nao foi muito agradavel ver atores e seus corpos gordos sem roupa encenando.

Esta semana

Nesta semana comecam oficialmente os eventos de despedida do casal japa mais cool do Brasil da terra do sol nascente, com uma sequencia diaria de jantares. Haja sal de fruta.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

ODEIO O MONTE FUJI!!!!!

Acabei demorando mais do que o normal para postar um comentario sobre a expedicao ao Monte Fuji.

Tal decorrou da somatoria de dois fatores: i) fim das ferias de verao, periodo de atividade mais fraca nas empresas, o que acabou fazendo que todos os projetos que estavam parados comecassem a andar todos de uma vez so, provocando o aumento do meu volume de trabalho; e ii) visita da familia da Sue ao Japao, o que acabou transformando o apartamento em um verdadeiro campo de acampamento.

Passada a tormenta, chega a hora de falar um pouquinho sobre a viagem. Alias peco para desconsiderarem a historia do “quase divorcio”, porque nao e um monte fujizinho qualquer que sera capaz de nos separar. Nosso amor e muito maior que os 3800 metros do Monte Fuji.

O problema e que eu subestimei o Monte Fuji e resolvi fazer a escalada e a descida em um mesmo dia e retornar no primeiro onibus disponivel para Tokyo, o que fez com que tivessemos tempo limitado para fazer todo o trajeto. Total falta de planejamento logistico.

Os panfletos estimam a subida ao topo do Monte Fuji a partir do ponto chamado de “quinta estacao” da cidade de Kawaguchi-ko, localizado a pouco mais de 2200 metros de altitude, onde podemos chegar de onibus, poderia ser feito em pouco mais de quatro horas. Baseado nesta informacao e tendo em vista que os dois estao condicionados fisicamente, alem do fato de eu ter parado de fumar ha poucos meses, achei que 8 horas seria um tempo razoavel para fazer todo o processo de subir-e-descer e apreciar o nascer do sol do cume.

Pena que a pratica e muito diferente da teoria.

Acabamos demorando quase 8 horas so para chegar ao cume. Nao conseguimos ver o nascer do sol la de cima. Quando o astro-rei deu as caras, estavamos a cerca de 500 metros do topo do Japao. A visao valeu a pena o esforco ate entao e teoricamente poderiamos voltar de la. Mas como a teoria difere da pratica, resolvemos ir ate o fim, ate porque estavamos tao perto do topo.

Os metros finais, ainda que nao sejam os piores, foram os mais dificeis porque estavamos sem dormir, sem comida e com a agua chegando ao final.

Um verdadeiro perrengue.

No caminho, encontramos diversos corpos estendidos no chao, ou melhor, sobre as rochas, pessoas que acredito que tiveram a mesma ideia de girico que a minha e resolveram fazer o percurso sem dormir em uma das diversas cabaninhas/muquifos que se espalhavam pelos cerca de 7 km de caminhada. O cansaco de todos era tanto que era possivel ver pessoas dormindo profundamente sobre rochas vulcanicas, poeira e temperatura de cerca de 5 graus centigrados como se estivessem deitados em uma cama king size esplendida com lencois de algodao egipcio e travesseiro de pena de ganso do Ritz-Carlton, Four Seasons, W ou qualquer outra rede de hoteis da categoria hiperluxo.

Chegando ao cume, a Sue, extremamente mal-humorada pela ausencia de sono na noite anterior, desabou sobre umas banquetas e dormiu durante meia-hora. Neste interim comprei uma lata de pessego em conserva mega-inflacionado na va tentativa de reconquista-la, pois ela, com razao, atribuia a responsabilidade a mim pela total falta de nocao e falta de planejamento adequado da viagem. E principalmente pelo fato dela ter me acompanhado na furada so porque fiquei enchendo o saco dela.

Logo na sequencia iniciamos o trajeto de volta.

Foi uma briga contra o relogio, pois ja tinha comprado o bilhete da volta pra Toquio e teriamos 4 horas para fazer o percurso de volta.

Talvez a descida seja mais complicada que a subida, porque e uma longa, muito longa sequencia de ladeira coberta de po e pedregulhos que no menor dos vacilos provocava um tombo. A minha bunda encontrou ou chao umas 3 vezes pelo caminho.

Para completar o quadro, aquele cenario de vulcao, nada deslumbrante, formado por po vermelho, pedregulhos e ausencia de vegetacao, em nada ajudava a melhorar ou amenizar o quadro de mal-humor generalizado provocado pelo cansaco, fome, sede, ausencia de descanso e tempo limitado para a descida. Acabamos brigando no meio do caminho e ela ja nao queria nem mais que eu relasse nela ou a ajudasse na descida. Mais da metade do caminho foi percorrida com os dois com um bico maior que o do outro. Um verdadeiro horror.

Sinto muito pelo perrengue que a Sue passou por minha causa. Ela ate chorou de emocao ao chegarmos ao inicio da aventura, na quinta estacao do Kawaguchi-ko.

Ficamos bradando e falando improperios contra o Monte Fuji mas isso nao nos trouxe muito alivio.

Na proxima vez prometo planejar melhor as viagens. E contemplar o Monte Fuji e o seu topo coberto de neve so de longe.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Sem comentarios

Subestimei o Monte Fuji.

Nao quero nem mais lembrar o perrengue que passamos.

Quase rolou divorcio no meio do caminho.

E o percurso visualmente horroroso tira todo o tesao de fazer uma trilha.

Nao recomendo.

O Monte Fuji e mais bonito se visto de longe.

Vai por mim.

Experiencia propria.

sábado, 16 de agosto de 2008

Post programado

Quando este post for ao ar, estarei a caminho da conquista do Monte Fuji.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Esforco olimpico

Tempos de olimpiadas, tempos em que todo o mundo tem o mesmo assunto.

As disputas da natacao sao sempre emocionantes, com os franceses perdendo nos 4 x 100 m livre para dos americanos so porque eles se deixaram levar pelo patriotismo besta e nao usaram os super-mega-hiper-maios da britanica Speedo.

Mas preferia evitar estes papos olimpicos com meus colegas de firma.

Tenho vergonha de dizer que o Michael Phelps ganhou sozinho so nesta Olimpiadas mais medalhas em numeros absolutos do que a elite esportiva que esta quase ganhando diversas medalhas de bronze em Pequim. Ate mesmo porque inevitavelmente chegaria a um ponto em que teria que dizer que o Michael Phelps em duas olimpiadas conquistou quase o mesmo numero de medalhas de ouro que o Brasil nas 28 edicoes anteriores das Olimpiadas de Verao da era Moderna.

Nestas semanas em que rola a Olimpiada, estou japones e feliz pelos ouros no judo, natacao e goleada da selecao feminina de futebol sobre a Noruega.

GAMBARE NIPPON!

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Arroz com vinagre

Gai: Concha/molusco. Existem uma infinidade nos restaurantes; akagai, aoyagi, bakagai, hokkigai e mirugai.

Gari: Gengibre marinado em vinagre doce finamente fatiados. Servido tanto com sushi como com sashimi para “zerar” o paladar entre um peixe e outro. Pode ser rosa ou bege e tem propriedades antibacterianas. O gengibre em si e chamado de “shoga”; “gari” e o som produzido pelo gengibre quando mordido. O “gari” comecou a ser servido com o sushi na epoca Edo; o gengibre em si e utilizado com propositos medicinais ha muitos seculos.

Geta: Bloco de Madeira tradicionalmente utilizado como prato no restaurante. Os restaurantes costumavam ser carrinhos que ficavam postados em frente aos cinemas e teatros (sabe aquele carrinho que pipoca que costumavam existir no passado?), o que exigia que os peixes fossem servidos em recipientes inquebraveis.

Gobo: Uma raiz longa e marrom, cuja aparencia assemelha-se a uma cenoura fina e comprida.

Gohan: Arroz cozido (nao confundir com arroz de sushi).

Goma: Gergelim, geralmente salpicados apos serem triturados sobre “kappa maki” e “uramaki”, mas que pode acompanhar outros tipos de sushis tambem. “Shiro-goma” sao os gergelins brancos e o “kuro-goma” sao os pretos.

Gunkan-maki: Ja explicado anteriormente. Ver “funamori”. Hamachi: Olho-de-boi, tem a carne brilhante, firme, oleoso, firme e rosada, e um dos mais saborosos. Frequentemente servido picado em um enrolado com cebolinhas (“negi-hamachi”).

Hamachi-kama: Regiao do pescoco do Hamachi, geralmente servido cozido.

Hamo: Tipo de enguia.

Hanakatsuo: Bonito seco e defumado, pode ser servido em forma de flocos. Harusame: Macarrao fino e transparente de consistencia gelationosa.

Hawara: Cavala japonesa (tende a ser menos enjoativo que o “saba”).

Hijiki: Alga preta, que tem a aparencia de serem folhas de cha mais largas (folhas de cha tambem podem ser comidas como vegetais, mas naa o sao por conta do preco). Pode aparecer em uma salada ou para fazer “sushi vegetariano”.

Hirame: Linguado. Ver tambem “engawa”.

Hokkigai: Tipo de molusco, conhecido com ameijola-branca no Brasil.

Hotate-gai: Vieiras.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Hoje la em casa

E lugar-comum dizer que receber pessoas e uma arte.

Pode ser que sim, o fato e que estamos ficando cada vez melhores nessa historia de hospedar eventos sociais em casa.

Um fato curioso em relacao a esta arte nao e o fato obvio de que quanto mais se pratica, melhor se fica. O que mais chama a atencao e que quanto mais longe os amigos e familia estao, mais praticamos esta arte.

A explicacao talvez seja a carencia. Longe de nossa terra, acho que ficamos mais generosos e queremos sempre servir os novos amigos e familiares criados em terras estrangeiras. Cheguei a esta conclusao depois de perceber que nao somente nos, mas outras pessoas que conhecemos e convivemos aqui em Toquio organizam e hospedam mais eventos sociais em suas casas temporarias do que em sua terra natal.

Este final de semana tivemos dois rega-bofes.

Participamos do primeiro na quaildade de convidados, na casa do Chris, que esta deixando a cidade para retornar a Nova Iorque.

Coisa simples, um evento com mais ou menos 10 pessoas, mas com muito vinho e champa. A segunda vez que vou a casa dele e a segunda vez que alguem da minha familia da PT (primeiro eu, depois a Sue). 100% de aproveitamento, um indice invejavel. Toda vez que vou a casa dele parece que volto no tempo, fico com o espirito de festa de faculdade: todo mundo enche a cara ate cair. A diferenca e que agora temos menos resistencia fisica ao alcool, o que de forma alguma significa custo menor, pois agora enchemos a cara com vinho de qualidade.

O segundo foi ontem, em casa.

A ideia inicial era fazer uma coisa menor, com umas 6/7 pessoas com o pessoal do MBA da Sue, mas a coisa acabou ficando maior do que o imaginado porque nno meio apareceram os meus amigos e no final tinha o dobro de gente. Um desafio enfiar tanta gente em um ape com menos de 60 metros quadrados, mas como resultado da experiencia adquirida com o passar do tempo – o que significa administrar a quantidade de comida e bebida, botar musica que todo mundo goste e, principalmente, deixar os hospedes confortaveis - tudo terminou bem, com os convidados voltando para casa felizes e aqueles que nao puderam aparecer ficaram com inveja daqueles que foram.

Ja esta combinado entre nos que precisaremos dar continuidade a esses eventos quando voltarmos ao Brasil.

Mas antes, precisamos arranjar um lugar para organizar o evento, qualquer que seja o numero de convidados.

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Momento twitter

No momento estou planejando a escalada noturna dos quase 3800 metros do Monte Fuji, a montanha mais alta daqui.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Edicao limitada, ainda bem

Os fabricantes japoneses adoram um produto de edicao limitada no Japao.

O Kit Kat, aquele chocolate que parece o Bis, e o mais prodigo deles. Toda semana tem um produto novo. Desde que aqui aportei vi uma infinidade deles: banana, cerejeira, cha-verde, farinha de soja, morango, melao, shoyu, manga, vinho branco chardonnay, frutas citricas, frutas vermelhas, feijao doce japones, tropical Brazil (seja la o que signifique isso) enfim, para todos os gostos.

E realmente tem gosto pra tudo.

Por exemplo, tem quem goste de Pepsi de pepino, um sucesso de vendas um tempo atras que se esgotou rapidamente.

Agora fiquei sabendo de um dos mais estranhos produtos lancados por aqui (foto abaixo, a direita).

Aproveitando o fato de se tratar da epoca de enguias – uma iguaria por si so considerada exotica por muitos ocidentais -, a Japan Tobacco lancou uma bebida energetica com sabor de enguia, que segundo o fabricante ajuda o japones a enfrentar o calor somaliano do verao niponico, gracas a profusao de vitaminas A, B1, B2, D e E contidos no peixe e aos extratos extraidos da cabeca e ossos desse ser delgado.

Para acompanhar, recomendo um dos 100 sabores exoticos de sorvetes que podem ser experimentados e adquiridos na “Exposicao de Sorvetes” em cartaz em Yokohama: lingua de boi, ourico do mar, sashimi de cavalo, e claro, enguia. Da para brincar de fazer
harmonizacao.






Sorvete de polvo e lingua de boi

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Breaking news!

Os jornais japoneses publicam as informacoes recebidas dos verdadeiros “clubinhos de jornalistas” que mantem uma relacao promiscua com as fontes.

Como resultado, todos os jornais e telejornais publicam sempre as mesmas informacoes e trazem sempre mais ou menos os mesmos comentarios, nao sendo possivel distinguir posicionamentos claramente dissoantes entre os diversos veiculos tampouco pluralidade de ideias, nao obstante a grande quantidade de grandes jornais em circulacao.

Talvez esta escrita tenha sido quebrada recentemente pela edicao em ingles do Mainichi Shimbun, um dos mais prestigiosos do arquipelago japones.

A edicao em ingles do dito jornal mantinha uma coluna chamada “WaiWai” que trazia artigos abordando o que seria considerado o lado mais obscuro da sociedade japonesa, principalmente em materia sexual. O problema e que a aludida coluna simplesmente reproduzia, sem indicar a origem, historias ficticias publicadas por tabloides de baixa ou nenhuma credibilidade como se fossem verdades absolutas, por mais inverossimil que fosse a historia contada. E em virtude do prestigio da edicao japonesa do jornal, a edicao inglesa tambem poderia ser vista como uma fonte confiavel de noticias aos olhos de jornalistas estrangeiros menos acostumados com a sociedade japonesa, dai imaginem o estrago causado.

Recentemente aconteceu de uma agencia noticiosa australiana publicar na terra dos coalas, como se fosse a ultima moda no Japao, um artigo sobre um restaurante supostamente localizado nos arredores de Roppongi, um dos bairros boemios de Toquio, que permitia que os seus clientes comessem o prato antes de come-lo, ou seja, estimulava a pratica de zoofilia e depois preparavam o mesmo animal objeto da pratica sexual para servir de alimento (pelo menos ninguem podia reclamar se surgisse um pelo no prato). Outro jornalista menos informado ainda espalhou a noticia de que era comum as maes japonesas pagar um boquete nos proprios filhos para que eles ficassem menos estressados com a vida escolar (se bem que um medico brasileiro ja me contou uma historia de uma mae que foi flagrada em um hospital brasileiro fazendo a mesma coisa para acalmar o filho com retardo mental que se encontrava internado sob a justificativa de que aquilo era a unica coisa que o acalmava...).

Coisas que uma pessoa que reside no Japao sabe que esta muito longe da realidade, ainda que o Japao seja um lugar estranho, bizarro e principalmente hipocrita em se tratando de praticas sexuais.

Como resultado, a referida coluna foi extinta, o editor responsavel punido e o jornal obrigado a divulgar um pedido publico de desculpas, especialmente as japonesas, quase sempre retratadas como pervertidas e doentes.

terça-feira, 29 de julho de 2008

Lei Seca

Inconstitucionalidades a parte, a tal da “lei seca” brasileira preve penas ainda brandas se comparada a lei equivalente em vigor do lado de ca do globo.

Desde setembro de 2007, o motorista que for flagrado sob influencia de alcool (tolerancia equivalente ao da lei brasileira), corre o risco de tomar uma multa de ate 500 mil ienes ou mais de US$ 4.600 e pena de detencao de ate 3 anos em regime fechado. Se o motorista se envolver em acidente com vitima e nao prestar socorro, a multa pode subir para ate 1 milhao de ienes e pena de detencao de ate 10 anos. Caso a vitima morra, a pena de detencao sobe para ate 15 anos. Motorista que se recusar a fazer o teste do bafometro toma multa de 500 mil ienes e corre o risco de permanecer preso por ate 3 anos.

Mas talvez o grande diferencial da lei daqui e que ate o passageiro, portador de habilitacao ou nao, pode ser multado por i) permitir que um sujeito alcoolizado pegue o volante ou ii) oferecer bebida a alguem que va pegar o volante. A multa aos passageiros varia de 300 mil ienes ou 1 milhao e pena de dois a cinco anos de prisao, dependendo da situacao. O mesmo vale para o estabelecimento que oferecer bebida alcoolica a alguem motorizado.

Nao facam perguntas dificeis do tipo como se faz para identificar o estabelecimento que deu cachaca pro pudim de cana.

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Big Mac Index

Saiu o mais recente “Big Mac Index”.

Segundo ele, no Brasil come-se o terceiro “Big Mac” mais caro do mundo e no Japao, o 33º., de uma lista de 45 paises. Sai no Brasil a R$ 7,50, equivalente a US$ 4,73, enquanto no Japao sai a 280 yens, equivalente a US$ 2,62.

O Big Mac brazuca vale quase o dobro do japones.

Veja bem, nao estou dizendo que e sempre mais barato comer em Toquio.

Hoje mesmo o Ryan veio contar vantagem de que foi ao unico restaurante de grelhados com estrela do Michelin em todo o mundo, onde ele pagou 30.000 yens ou R$ 450,00 por um bife sem acompanhamento nenhum. Ainda que ele tenha babado bastante ao comentar a ida ao restaurante e ainda que seus olhos brilhassem quando relatava que foi a melhor refeicao que teve na vida, fico reticente em gastar tanta grana em apenas 400 gramas de carne.

Mas se tem o 80, tem o 8 tambem.

Em Toquio, por 1000 yens ou cerca de R$ 15,00 (dois “Big Mac” brasileiros), da para ter uma refeicao pelo qual se pagaria R$ 30/40 em SP, ou seja, uma refeicao boa servida no prato e acompanhada de uma salada ou sopa, as vezes os dois juntos.

Nao sei como andam os precos no Brasil, mas com R$ 15,00 no bolso ainda da para pedir um prato comercial em um boteco pe-sujo do Centro de Sao Paulo?

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Saudades dos amigos 2

Agora que meu pai foi embora, consegui arranjar um tempo para postar alguma coisa por aqui.

Adorei a visita dele, foi bom reecontra-lo depois de tantos meses. Quando estive no Brasil no final do ano passado, comeco deste, quase nao tive tempo para conversar com ele, tamanha a quantidade de compromissos, natural para aquela epoca do ano.

Ele passou somente algumas noites em casa, pois depois de mais de 10 anos sem vir para ca, ele tinha muito papo para colocar em dia, seja com familares, seja com amigos , razao pela qual ele acabou pernoitando grande parte das vezes fora de casa.

Vi que a viagem fez bem a ele, estava feliz feito uma crianca. A minha avo, ja com 90 anos, idem; nao cansava de repetir que achava que nao ia mais reencontrar o filho antes de morrer. Um amigo do meu pai, que eu tive a oportunidade de conhecer quando ainda era crianca, tambem, feliz da vida, dizia que ate morrer queria encontrar com meu pai pelo menos mais duas vezes.

Isso me fez pensar sobre reecontros. Quando sera que iremos reecontrar as pessoas que conhecemos por aqui? Daqui a pouco, os amigos do MBA, do trabalho, estarao todos em lugares diferentes do globo (posso citar Canada, Australia, EUA, Alemanha, Republica Checa, Inglaterra, Japao, Malasia, Franca, China, India, Mianmar, Taiwan...). Quando sera que havera um reencontro?

Sempre que junta gente de diversos cantos do mundo, pouco antes da separacao sempre surge a ideia de realizar encontros periodicos em algum lugar do globo. Pergunte-me se alguma vez isso aconteceu...Infelizmente as pessoas ficaram pelo caminho, o que mostra (vide o exemplo do meu pai) que so quem conhecemos quando jovens, os amigos que fizemos na infancia e na adolescencia e que ficam para sempre. No mais, voce se acostuma a encontrar e se despedir de pessoas com a mesma frequencia com que se troca o carro. E nunca mais ve-las, assim como o carro que foi vendido.

Tristeza que nem os Facebooks e outras redes sociais ciberneticas da vida conseguem acabar.

Tenho saudades dos meus amigos de verdade.

terça-feira, 22 de julho de 2008

To em falta

Sei que estou em falta, ja ate ouvi reclamacoes a respeito.

Mas a semana passada foi corrida: um volume atipico de transacoes para analisar; meu pai estava (na verdade ainda esta) na cidade; no final de semana prolongado viajamos para visitar os familiares e apresentar a Sue a eles (foi praticamente um road show); tivemos inumeros jantares durante a semana, seja com amigos, familiares, amigos do meu pai; tivemos que nos virar para preparar os convites do casorio (homemade mas absolutamente incriveis, com uns papeis tipicos japoneses que nao da para encontrar no Brasil), enfim, aquela correria, aquele mata-leonismo diario.

Assim que conseguir dar uma respirada penso em alguma coisa pra postar.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Arroz com vinagre

Bakagai: Molusco de uma cor laranja bela e chamativa. O musculo adutor do molusco, chamado kobashira, e servido separadamente em forma de gunkan.

Batterazushi: Oshizushi coberto com cavala.

Buri: Olho-de-boi velho. Se o mesmo tipo de peixe for jovem recebe o nome de hamachi.

Buri Toro: E a parte nobre e gordurosa do abdomem do olho-de-boi. Extremamente saboroso.

Chirashizushi: Tigela de arroz de sushi coberto por peixe cru e vegetais.

Chu-Toro: Parte superior do abdomem do atum, e a segunda carne mais nobre deste peixe.

Daikon: Nabo, onipresente nos combinados de sushi, juntamente com o gari e o wasabi.

Ebi: Camarao. Cozido e servido na forma de sushi, nao e considerado uma iguaria, diferentemente do ama-ebi, ja apresentado anteriormente, que alem de ser de uma especie diferente (menor e mais delicado) e servido cru.

Edamame: Soja cozida no vapor e salgada, um dos aperitivos mais populares do arquipelago.

Engawa: Parte traseira do linguado. A porcao proxima ao rabo tem uma textura mais aplumada; bastante apreciada pelos connoisseurs.

Fugu: Baiacu. Peixe mais famoso pela experiencia de se come-lo do que pelo sabor em si. Um mega-master chefe serve nao somente as partes nobres (toro, a parte gordurosa, a parte traseira e proxima do rabo) mas tambem o intestino, o figado, a pele mas tambem o “saco de esperma”, conhecido como fugu no shirako.

Fukusazushi: Tipo de sushi no qual o peixe e enrolado em uma fina camada de crepe de ovo. Fukusa significa “quadrado/embrulho de seda”. Sedas em forma quadrada sao frequentemente usadas no Japao como embrulho de artigos preciosos para serem presenteados.

Funamori: Tambem conhecido como gunkan, e um tipo de sushi, cujo formato lembra um barco.

Futomaki: Palavra japonesa que literalmente significa “enrolado grosso” (os malediscentes que entendam o que quiserem com isso). Sao mais robustos que os makis normais. Talvez o representante mais popular sao os sushi no estilo “california”.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Para evitar o "jeitinho japones" ou de como me acostumei com a falta de flexibilidade

Mal comecou a utilizacao em todo o pais do Taspo Card – um cartao magnetico fornecido somente para adultos que serve para “destravar” as "vending machines" de cigarros – algumas empresas do ramo anunciaram a viabilidade comercial de um aparelho que permite a determinacao da idade dos usuarios destas maquinas atraves da analise da sua estatura, da densidade ossea e estrutura do cranio. Isso em tese evitaria que algum “dimenor” de posse do cartao magnetico possa comprar um cigarro, violando as regras vigentes. O governo ja anunciou o apoio a essa iniciativa e existe a possibilidade concreta deste aparelho ser acoplado a todas as "vending machines" de cigarros do pais em um futuro proximo.

Nao que eu me preocupe com isso, afinal por ora posso dizer que permaneco vitorioso na minha centesima trigesima oitava tentativa de parar de fumar, mas me pergunto se essa maquina tem a capacidade de distinguir um adolescente alto de uma crianca cabecudinha e um anao de um macaco alado treinado (o exemplo do anao foi so para dizer que e tao comum encontrar anoes por aqui quanto encontrar um macaco alado).

Vending machines, alias, sao as coisas mais onipresentes no Japao. Deveria ser a primeira coisa a vir a cabeca quando se pensa em Japao, em vez de sushi, karaoke e otaku. Em cada esquina, sem qualquer exagero, existem dezenas de maquinas destas, que vendem nao somente cigarros, mas tambem bebidas, revistas, camisinhas, aparelhos eletronicos, roupas, objetos de decoracao, comida empratada (e quente!)... Absolutamente tudo pode ser encontrado nestas maquinas.

No Japao, interagir com robos na hora de fazer compras nao e coisa ficcao cientifica.

De tao treinados e obedientes que os funcionarios sao, a instrucao para sempre solicitar ao cliente para conferir o troco provoca situacoes extremas como o troco para a conta de 999 yens paga com nota de 1000 vir sempre acompanhado de um pedido para a conferencia do troco. Por sua vez, os atendentes do Starbucks, de tao treinados a perguntarem aos clientes se o cafe sera tomado na loja ou nao, perguntam aos clientes que querem comprar so o po de cafe ou a caneca se o produto sera consumido no local ou em casa. So uma maquina para conseguir seguir as instrucoes tao ao pe da letra. Ou lusitano. Ou japones.

terça-feira, 1 de julho de 2008

G-8

Lembra, guardadas as devidas proporcoes, a movimentacoes em torno da Eco que ocorreu no Rio ha muitos anos atras.

Com o exercito, seus tanques, helicopteros e homens armados nas ruas, o governo brasileiro a epoca tentou passar um pouco de tranquilidade aos entao governantes e aos participantes da conferencia mundial sobre ecologia sediada em uma das cidades mais violentas do mundo.

Este mes, por conta da reuniao do G-8, que esta para comecar em Hokkaido, no norte do Japao, o governo japones tambem resolveu colocar nas ruas um contingente muito maior do que o normal de policiais para reforcar a seguranca interna do pais, tendo em vista que a concentracao de tanta gente poderosa em um so local torna o pais potencial alvo de atentados terroristas. A cada 10 passos, seja nas ruas, dentro das estacoes ou em qualquer local com concentracao de gente, ve-se sempre um ou dois homens fazendo a ronda para garantir a tranquilidade de todos.

Assim como os samurais e suas espadas ja tentaram no passado vencer os homens munindos de armas de fogo, os policiais japoneses contemporaneos tentam combater os Bin Ladens, King-Jong-II, suas armas atomicas, avioes com pilotos kamikazes e carros bomba armados com...cassetetes. E ponto. E nao e nenhum cassetete tecnologico, que solte raio laser ou algum artificio paralisante ou coisa do genero, coisa que alguem pode ter visto em algum seriado ou filme de ficcao cientifica. E de borracha mesmo, igualzinho ao que a super equipada PM paulista usa.

Sera que ja pensaram em distribuir bastao de baseball? Acho que seria mais intimidador.

Poderia chamar estes homens de corajosos e bravos, mas seria simplorio demais. Eles sao, acima de tudo, bem informados. E herois. Afinal, nao fosse a maior presenca deles nas ruas, as velhinhas que sempre se perdem pelas estacoes nao teriam a quem correr e estariam ate agora procurando a saida para a rua.

segunda-feira, 30 de junho de 2008

Arroz com vinagre

Awabi: abalone, o “rei dos moluscos”; a parte interna de sua concha tem uma cor unica e perlolizada que e usada como joia ou item de decoracao. A sua carne tem textura crocante e borrachuda ao mesmo tempo.

Aburage: o tofu frito, comumente usado para fazer o inari zushi. Prepara-se cozinhando o tofu em uma mistura de mirin (sake adocicado para cozinha), shoyu e agua.

Aji: sororoca, comum em todo o litoral brasileiro. Servido em forma de file marinado em vinagre.

Ahi: atum tambem conhecido como “big-eye” ou “yellow-fin” (nao confundir com “yellowtail”, ou hamachi, que nao e atum, mas sim um outro peixe). Um dos tipos de atuns mais usados para se preparar o tataki.

Akagai: literalmente, molusco vermelho.

Ama-ebi: um camarao pequeno e de sabor adocicado, servido cru. Ocasionalmente servido frito com sua casca.

Anago: enguia de agua salgada. Mais carnuda que a sua prima que vive em agua doce.

Ana-kyu-maki: anago com “rolls” de pepino.

Ankimo: figado de tamboril (nome europeu), peixe-sapo (nome mais comum no Brasil) ou peixe-pescador, um peixe abissal de boca grande e incrivelmente horroroso cujo sabor e inversamente proporcional a sua beleza. Geralmente servido marinado, tambem conhecido como “foie gras” japones. Este peixe, por ser considerado iguaria na Espanha, tem a sua pesca no litoral brasileiro voltada principalmente para o mercado europeu.

Aoyagi: molusco amarelo de forma arredondada.

domingo, 29 de junho de 2008

Cozinha para dummies

"'Go' Don" com marinado de gengibre japones com cenoura. Ou tambem conhecido como "fazer o possivel com o que tiver na geladeira".

1. Ingredientes do Go Don e modo de preparo:
file de linguado
gengibre ralado
shoyu
"umeboshi" picado
vinagre
mirin
sake

Tempere os files de linguado com limao e deixe por alguns minutos. Numa panela, coloque todos os ingredientes (sake, mirin e shoyu mais ou menos na mesma proporcao) em uma panela e deixe cozinhar em fogo brando. Coloque os files e confirme se o molho cobre o file. Deixe cozinhar ate o peixe atingir o ponto ideal de cozimento.
Coloque arroz ja previamente preparado em um donburi (cumbuca grande japonesa), jogue se preferir ovo cru batido (coisa comum por aqui pela ausencia de salmonela) por cima, arranje os files sobre o arroz, coloque por cima um pouco do molho e para decorar, jogue cebolinha picada por cima.

2. Ingredientes do marinado e modo de preparo

Gengibre japones ("myoga")
cenoura
alface
limao
sal e pimenta
azeite

Corte o gengibre japones e a cenoura a julienne. Jogue suco de limao, sal e pimenta e azeite a gosto e deixe marinando por pelo menos uma hora dentro da geladeira. Se preferir, coloque tambem um pouco de coentro. Sirva sobre uma cama de folhas de alface.

terça-feira, 24 de junho de 2008

Make yourself busy. Read a book.

Para os momentos de ocio (que ultimamente anda sendo mais frequente que dantes).

http://www.readatwork.com/

domingo, 22 de junho de 2008

Estreia no mundinho fashion


A nova fase da revista "Drops" comeca hoje, com exemplares sendo distribuidos nos desfiles do SPFW. Disponivel tambem nas bancas!

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Japao, maior longevidade do mundo.

Do alto de seus 74 anos e 14 anos de carreira, Shigeo Tokuda estrelou cerca de 350 filmes que levam titulos como "Cuidado Proibido de Idosos" e "Treinamento Maniaco de Lolitas". Shigeo Tokuda nao e um velhinho comum. Ele e um veterano - desculpe, foi inevitavel - ator porno na bilionaria industria japonesa de filmes adultos. Vejam a entrevista dele para a Time Magazine.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Cozinha para dummies

Mais uma da serie o que inventei esta noite.

Linguado com molho de toque oriental (receita para 2)

Linguado
1. deixe o linguado de molho por alguns minutos em uma mistura de suco de limao e 2 colheres de cha nam-pla (molho de peixe);

2. cozinhe o linguado no vapor.

Molho
1. refogue 1/2 cebola e uma cenoura, ambas cortadas a julienne, em fogo medio;
2. quando os legumes estiverem refogados, adicione uma colher de sopa de molho de ostra, uma colher de sopa de molho de soja chinesa (se nao tiver, molho de soja japones com um pouco de mel), meia colher de sopa molho chili, pouco de suco de limao;
3. dissolva um pouco de amido de milho em 80ml de agua e jogue sobre o molho.

Apresentacao
Disponha o legume no centro do prato e cubra com o molho. Decore com pontas de
cebolinhas.

terça-feira, 17 de junho de 2008

Arroz com vinagre - Nota introdutoria

Acredito que o momento seja oportuno.

Este mes e comemorado o centenario da imigracao japonesa ao Brasil e mais de um ano que janto ou almoco (as vezes os dois no mesmo dia), ou melhor, aprecio os sushis e sashimis no Japao.

E depois de alguns milhares de ienes gastos e tambem depois de alguma pesquisa na rede mundial, juntei material suficiente para criar um guia introdutorio sobre a suprema arte do prato simbolo do Japao.

A serie de posts que sera aqui a partir de hoje publicada em periodicidade indefinida trara informacoes basicas sobre o sushi e as variedades de peixes mais comumente encontrados no Japao e em alguns lugares do mundo, Brasil inclusive.

Eventualmente as informacoes somente irao confirmar o que os leitores ja sabiam. Mas o objetivo da serie nao e educar. O objetivo do blog e mais modesto(!?); tem como missao contribuir para a melhoria do mundo, comecando pela qualidade dos restaurantes ditos japoneses do Brasil, dando aos leitores instrumental para criticar a odiosa onda de proliferacao de casas que vilipendiam a suprema arte de preparar o sushi, servindo aos comensais rolinhos de arroz porcamente socados e coberto por um pedaco de peixe cru nao-fresco e mal cortado.

Assim, se voce quiser testar os conhecimentos do seu sushiman favorito (um bom chef nao e resultado so de muito suor, mas tambem de conhecimento), puxe conversa sobre alguns dos itens que serao apresentados neste blog.

Feita a introducao, comecemos com o basico, a diferenca entre sushi e sashimi.

Sushi e um prato feito com arroz temperado com vinagre especial combinado com frutos do mar, vegetais, algas e ovo. Sushi nao significa “peixe cru”, mas sim “arroz temperado com vinagre”. Ainda que grande parte dos sushis sejam feitos com peixe cru, alguns dos peixes sao cozidos, marinados, escaldados, salteados ou grelhados.

Ainda que existam algumas lendas que explicam a sua origem, a que eu acho mais interessante diz que ele comecou cercado pelas mesmas circunstancias que deram origem ao sanduiche-iche-iche. Diz esta lenda que o sushi na forma em que conhecemos hoje foi criado por um centro de apostas para ser um aperitivo capaz de aumentar o tempo de jogatina: uma vez que os pequenos e delicados aperitivos podiam ser colocados inteiros na boca e serem comidos sem fazer sujeira, os apostadores podiam continuar as suas atividades sem ter que parar para almocar ou jantar.

Os principais tipos de sushis que podem ser encontrados no Brasil sao os seguintes:

- Nigirizushi: fatias de peixe ou outros items colocados sobre um bolinho de arroz

- Makizushi: sushi enrolado na alga

- Chirashizushi: peixe ou outros itens servidos sobre arroz de sushi servidos em uma tigela

Existem outros tipos que nao sao encontrados no Brasil, por exemplo o oshizushi, que sao quadrados de arroz de sushi pressionados e cobertos por peixe cozido ou temperado com vinagre; o fukusazushi, enrolado em um fino crepe de ovo.

O sashimi, por outro lado, e a fatia de peixe em si, geralmente acompanhado de uma porcao de arroz comum.

(continua...)

domingo, 15 de junho de 2008

Mais algumas fotos




quinta-feira, 12 de junho de 2008

Nunca fui um aficcionado mesmo

O Facebook (o Orkut que deu certo) esta para o mundo assim como o Orkut esta para o Brasil.

E agora tem Facebook em portugues.

Questao de tempo para virar bagaceira. Ou em tucanes, ficar democratizado.

A decisao de nao ter filhos ou de como evitar titulos obvios como "vida de cachorro"


Camara de oxigenio nao e so para o Michael Jackson ou para o Bubble Boy do Seinfeld.

No Japao existe uma camara de oxigenio desenvolvido pela Air Press especialmente ao melhor amigo do homem, que segundo a lenda faz com que ele envelheca mais lentamente, alem de supostamente fazer-lo relaxar. O preco do tratamento e de cerca de 20 doletas.

Seu cachorro nao relaxou indo a camara de tortura, digo tratamento? Entao mande o mal-agradecido a clinica de reflexologia em Azabu Juban. La seu cachorro vai sair tinindo apos 15 minutos de massagem, que lhe custara 1575 yens, ou cerca de US$ 16. Se ainda assim o bicho continuar agitado, mande-o ao “onsen”, por US$ 30. Ou ao salao de beleza, onde ele pode ter seus pelos sedosos tingidos com henna por US$ 30,00 ou ser podado pelo dobro do preco.

Esta achando tudo isso ridiculo? Isso porque voce nao tem um cachorro.

Mas isso nao e problema, amigao. Basta ir a Odaiba, onde ha uma loja chamada “Puppy the World”, onde voce pode alugar um exemplar de poodle ou border collie ou qualquer outro cachorro do tamanho de sua preferencia pagando o US$ 19 a hora ou US$ 100 a noite. E ainda ganhe 5% de desconto no cafe local.

terça-feira, 10 de junho de 2008

iPhone

O lancamento oficial do iPhone no Japao sera no dia 11 de julho. Mas ainda pairam duvidas se o aparelho da Apple replicara o sucesso mundial no Japao.

Por conta da variedade de softwares que o aparelho japones traz embutido e outra serie de aplicativos que podem ser baixados na internet, o celular japones e uma caixinha de surpresas, em que uma combinacao inusitada de teclas leva sempre o usuario a descobrir novas funcoes - que variam de inutil a pouco pratico - que estavam ate entao adormecidas. .

Ainda que o basico - TV, cartao de credito, cartao de pagamento, GPS e internet – ja seja o suficiente para fazer com que qualquer pessoa de fora achar que o celular japones saiu de algum filme de ficcao cientifica, o usuario daqui so fica feliz mesmo com seu celular se ele exigir de si a leitura de milhares de horas do manual e treinamento diario para dominar e manusear o aparelho com desenvoltura.

Na verdade, o usuario sempre so tem uma vaga nocao do que o seu aparelho e capaz de fazer – em media somente 5 a 10% das funcionalidades sao efetivamente utilizadas – mas ele gosta mesmo e do que o aparelho potencialmente pode fazer, pouco importando se ele faz uso pleno do aparelho no seu dia-a-dia.

E justamente pelo seu principal atrativo – a simplicidade - ha um grande risco do celular do Steve Jobs acabar nao fazendo a cabeca da japonesada.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Ando gastando energia tanto quanto um brasileiro

Li outro dia uma reportagem na Folha dizendo que a classe media brasileira e ecologicamente inviavel. Tal comportamento exemplar fez com que a revista “Wired” passasse a denominar de “1 brasileiro” a unidade-padrao de contabilizacao de desperdicio de recursos naturais.

domingo, 8 de junho de 2008

Fotos de Bali








quinta-feira, 5 de junho de 2008

Assim ja e demais!


Ja tem gente que esta achando que sao reais as chances do Rio de Janeiro acomodar os Jogos Olimpicos de Verao de 2016.

E tem desequilibrado que fica apontando os Jogos Panamericanos como uma das vantagens competitivas. Como se o fato de receber jogos do Campeonato Mato-grossense habilitasse um estadio a receber uma final de Champions League. E para tornar a situacao ainda mais patetica, ha quem queira criar coincidencias pelo fato de Londres, sede da Olimpiada de Verao de 2012, ter tambem ficado em terceiro lugar na respectiva eliminatoria. Paralelo tao descabido quanto a comparacao da Lagoa Rodrigo de Freitas com o Hyde Park ou os guardas do Palacio de Buckingham com os PMs que ficam no Palacio do Guanabara.

Mas brasileiro nao desiste nunca, fica enchendo o saco ate o final.

Notem que “apoio governamental” foi o unico criterio que deu mais pontos ao Rio em comparacao com seus concorrentes. Nao poderia ser diferente, pois e uma oportunidade de ouro – sem trocadilhos – para conseguir uns trocados.

Nos demais, foi pateticamente goleado.

Afinal, quem em sa consciencia iria trocar o sistema de transporte publico mais do que eficiente de Toquio pelo metro do Rio, que consegue ser pior que o de Sao Paulo?

No quesito seguranca, nem se fale. Se a poluicao chinesa foi capaz de afastar ate o recordista mundial de maratona da prova olimpica, o que diriam os outros atletas ao saberem que podem dar de cara,ou melhor, de cabeca, com bala perdida no trajeto ao Estadio Olimpico?

Pois o Brasil deveria se contentar so com a Copa de 2014, fruto de uma equivocada regra de rodizio de continentes, que funcionou bem enquanto as sedes estavam no hemisferio norte. Mas como felicidade de pobre dura pouco, resolveram mudar as regras do jogo quando viram que a eficiente infra-estrutura, seguranca total, estabilidade social, civilidadade e show de organizacao da Africa do Sul seria replicada em iguais proporcoes no Brasil.

E ja que toquei no assunto “exposicao do Brasil no exterior”, devo mencionar o fato de que a edicao japonesa do mes de julho da revista Elle - que a proposito saiu no final de maio - traz uma reportagem gigante sobre o Brasil e locais interessantes para se ir, dizendo, de forma irresponsavel, que agora e “hot” ir pra aquelas bandas.

Por conta disso, uma advogada que leu a revista veio me perguntar se a imagem que ela tinha do Brasil de ser um local violento era falsa, uma vez que a revista ficava mostrando o quao charmoso sao o Leblon, as lojas da Oscar Freire, restaurantes dos Jardins e outros pontos localizados no eixo Rio-Sao Paulo como se tudo isso fosse uma replica nos tropicos de Manhattan, Quartier Latin ou Omotesando.

A coitada ate se empolgou, mas tive que deixar claro que nao me responsabilizo se um moleque que acabou de fumar crack sequestra-la relampagomente (ou nao) na frente do Iguatemi porque ela ficou vacilando com a sua roupinha Prada, o sapato Jimmy Choo, o relogio Cartier e a bolsinha Chanel. Alias falei pra ela que se ela quiser usar a roupinha Prada, o sapato Jimmy Choo, o relogio Cartier e a bolsinha Chanel no Brasil, ela deveria substitui-los por “replicas” e matar dois ratos com uma bica so: vestir-se como as nativas e ainda diminuir o preju em qualquer tipo de eventualidade.

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Bicicletario

Todo mundo fica achando que Paris e vanguarda pelo fato das pessoas estarem adotando uma atitude verde ao voluntariamente substituir os automoveis por bicicletas. Mas o que muita gente nao sabe e que assim como “nouvelle cuisine” nao foi a primeira escola a valorizar a delicadeza e perfeicao da apresentacao dos pratos, a populacao adotar em massa a bicicleta como meio de transporte foi uma pratica adotada antes deste lado do globo.

No Japao todo mundo usa bicicleta para ir ao supermercado, ao trabalho, a academia e fazer curtos deslocamentos entre dois pontos. O transporte publico e usado somente para quando o trajeto for mais longo e o carro so para fazer uma viagem. Alias carro e um artigo completamente superfulo no Japao, como mostram as constantes queda de recordes negativos nas vendas, uma vez que o Japao conta com uma malha extensissima de transporte publico.

Esta reportagem mostra o quao popular e o ato de andar de bicicleta pela cidade. Ela mostra um novo bicicletario que foi inaugurado recentemente em uma das muitas estacoes de trens da cidade. O bicicletario em questao comporta ate nove mil e quatrocentas (!!) bicicletas em um poco subterraneo de 15 metros. O procedimento e simples: voce coloca a bicicleta na plataforma e, segundos depois, um elevador se abre, de onde salta um braco robotico que ira levar a sua bicicleta para um deposito cilindrico. Assim o processo parece complicado lento, mas o reporter levou somente 23 segundos para que a incrivel maquina devolvesse a sua bicicleta.

Suck it, Paris!

http://www.youtube.com/watch?v=wE4fvwTBtno

terça-feira, 3 de junho de 2008

Japa em Bali

Japones esta para Bali assim como argentino estava para Floripa na era Menem.

Todo mundo sabe palavras basicas em japones e faz questao de mostrar que sabe o que o cliente quer, bradando “happa!!!” (folha) e “kinoko!!!” (cogumelo) pelas ruas.

Bali e tambem um dos locais mais populares entre os casais japoneses que querem contrair matrimonio. O que nao falta e servico e resort oferecendo servicos relacionados. E engracado ver casais em traje tradicional (ocidental) de casamento e convidados na estica suando em bicas sob o sol escaldante enquanto todos tiram fotos e contemplam o por-do-sol a partir de um penhasco, naquela cena super cliché.

Mas a maior demonstracao da forca japonesa em Bali foi ver uma placa trilingue na piscina de um dos hoteis em que eu fiquei:

“Prezado hospede, por favor perdoem este humilde hotel e desculpem os simplorios servicais pelo incomodo causado pelo fechamento da piscina, mas este procedimento e absolutamente necessario para que possamos aprimorar os nossos pobres servicos para que o honoravel hospede possa usufruir de forma honrosa a nossa humilde piscina com a maxima tranquilidade durante o dia. Encarecidamente rogamos para que o honoravel hospede compreenda nosso lamentavel pedido e retorne de manha, quando o honoravel hospede podera aproveitar plenamente o pouco que o nosso hotel tem a oferecer.”

Verborragico como so poderia ser a lingua japonesa. Bastava o “sorry the pool is closed” que estava escrito em ingles, logo acima da frase quilometrica, que a mensagem estava dada.

Mas acho que e questao de tempo para o dominio japones cair.

Hoje em dia a Asia esta sendo invadida pelos turistas chineses.

Facil reconhecer um.

Pelo fato de andarem em grupos enormes e estarem tirando fotos das coisas mais idiotas que surgem pela frente? Obvio que nao, pois esta descricao pode corresponder a um grupo de japoneses ou coreanos. Basta ver se eles falam alto, nao respeitam fila e se estao horrivelmente mal-vestidos. Impossivel ser elegante com roupas “Made in China”.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Bali ou do momento "wanna be" colunista (tambem) de viagens

Limitando a analise a Kuta, a praia mais popular, poderia dizer que as praias e pessoas que estao ou vivem em Bali sao tao agradeveis quanto as que estao em Caragua ou Praia Grande. Se, por outro lado, o objeto de verificacao se reduzir a Ubud, na regiao de montanhas, diria que a ilha e a Embu das Artes com recomendacoes do Fromer’s, Rough Guide e Lonely Planet.

Mas apesar das (muitas) reminiscencias, Bali tem o diferencial de estar no sudeste asiatico, onde o luxo e o servico voltado aos turistas endinheirados – leia-se os sempre tradicionais europeus, os novos ricos chineses e russos e os velhos e ja nao tao ricos japoneses – e tao difundido que se torna acessivel ao cidadao mortal. Sinal de que esta mais do que na hora do Brasil parar de acreditar que simpatia compensa o servico-porco-padrao e achar que politica publica de valorizacao do turismo e processar o Matt Groening.

Luxo e bom e todo mundo gosta. Travesseiro de pena de ganso, lencol de fio egipcio, piscinas de borda infinita, restaurante bom e servico nao menos do que perfeito. Luxo em outros paises, esta virando commodity no sudeste asiatico. Por isso sempre recomendo esta regiao para viajar, onde mimo e os desejos mais mundanos estao alcance das maos de quem queira. E nao so para quem pode.

Em poucas palavras

A viagem teve muitos excelentes. A comecar pelo tempo excelente o tempo todo; excelentes jantares com excelentes vinhos; excelentes resorts com mimos excelentes; praias excelentes com por-do-sol excelentes. E a companhia perfeita, com quem construi as melhores lembrancas da minha vida.

Agora e voltar a concentracao a organizacao do casorio. E ao planejamento da segunda parte da lua-de-mel.

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Volto ja!

Semana que vem estarei fora do pais. Darei um pulinho em Bali, ali do lado, para ver como andam as praias de la enquanto estarei torcendo para que a policia esteja fazendo um bom trabalho de prevencao de atentados a bomba.

E tambem ja comprei meu protetor com fator de protecao 55 que nao e para voltar com aquela de cor de vietnamita, havaiano ou peruano porque quem tem bronze adquirido naturalmente choca as pessoas daqui.

Pois sabiam que aqui existem somente dois grupos de pessoas? Aquelas que querem manter a pele extremamente alva - em dias de calor e sol intenso ve-se uma multidao munida com luvas que vao ate o ombro, sombrinha, oculos escuros que cobrem todo o rosto, viseira que igualmente cobre todo o rosto e xale (e assim que se escreve?); ou aquelas que gostam de ter a pele laranja de tanto bronzeamento artificial.

Alias essa coisa de estetica beira a obsessao. Uma das coisas mais estranhas que existem nestas terras e o esforco que as pessoas fazem para ter um rosto pequeno, sinonimo de beleza. Quem e cabecudo ou tem a area facial mais extensa usa uma serie de artificios e apetrechos para fazer com que o rosto diminua de tamanho ou pelo menos para criar uma ilusao de otica de que a cara e menor do que realmente e.

Chega de papo.

Em junho volto com novidades e uma nova materia para a minha coluna no Drops, pois ja fiz reserva em um dos melhores, mais charmosos e exclusivos restaurantes do mundo, que tem sede por la.

sábado, 17 de maio de 2008

Cozinha para dummies

Vou postar receitas de alguns pratos que desenvolvi. Sao pratos faceis de serem preparados, rapidos, praticos, nao fazem sujeira na cozinha, mas ao mesmo tempo sao diferentes e podem impressionar os menos familiarizados com a cozinha oriental. E ainda da para dizer que e cozinha "fusion":

O prato a seguir foi inspirado no negi-toro, que pode ser encontrado em qualquer esquina japonesa e foi adaptado de forma a utilizar ingredientes que podem ser facilmente encontrados em qualquer supermercado paulistano.

Ingredientes:
- posta de atum moida ou picada;
- molho de soja ("shoyu") e/ou molho de peixe ("nampla");
- cebolinha picada;
- gengibre ralado;
- oleo de gergelim;
- pasta de soja ("misso");
- tabasco;
- sake doce para cozinha ("mirin").

Misture todos os ingredientes, separe em pequenas porcoes e sirva sobre uma cama de alface. Perfeito para uma refeicao light ou como entrada.

Colunista

De tanto falar sobre comida acabei que fui contratado para ter uma coluna de gastronomia na revista Drops.

Acredito que nao vou conseguir mandar a materia a tempo do fechamento da primeira edicao, nas bancas em junho, mas a partir de julho e nois.

Enquanto isso, vou postando uma coisa ou outra no site da revista.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Que meda!

No momento em que o individuo sente o perigo por perto o verdadeiro ser aflora*:

"No primeiro dia de moi na empresa, por achar que os outros coleguinhas teriam a disposicao uma roupa de marinheiro, cocar de indio e uniforme de policial, acabei nao me contendo dentro de mim e acabei desabroxando na frente de todo mundo, demonstrando mais alegria do que deveria ao encontrar um capacete de construcao civil debaixo da minha escrivaninha.

Mas logo broxei pois se ele vem acompanhado de um kit de primeiros socorros e um saquinho de arroz todo sequinho numa embalagem cafonerrima, o capacete so poderia ser para fins de sobrevivencia. Que coisa mais degradante!

Nao tem nada de glamuroso nisso, mas vou ter que me empanturrar de tomar champagne Cristal toda noite daqui pra frente porque enquanto estiver vivendo aqui nunca saberei quando virarei purpurina.

Nesta madrugada, por exemplo, faltou assim para eu sair correndo feito uma gazela pelas ruas da cidade gritando, absolutamente em panico e descontrolada e ainda sem a minha bata de seda branca, so com a minha cuequinha Armani predileta toda cagada. Nao e facil manter a sedosidade da cutis em dia sendo acordando toda madrugada pelo predio se contorcendo e fazendo barulho feito uma bichona caindo das tamancas e ainda ver todos os seus cremes franceses
caresimos se espatifando no chao por conta de um terremoto de 6,7 graus na escala Richter.

Acho que vou ligar para papai e mamae esta noite para contar logo toda a verdade a eles..."

*traducao livre (e livremente adaptado) de um e-mail em tom confessional recebido esta manha por mim de um colega de firma)

terça-feira, 6 de maio de 2008

Krispy Kreme

Tudo leva a crer que se trata somente de um Dunkin Donuts melhorado, mas nos ultimos dias ando com um desejo de comer uma rosquinha do Krispy Kreme.

Mas fico lutando contra esse meu desejo porque nao e facil comprar uma. Requer ficar uma hora em uma fila que faz mais curvas que a fila do Super Jet do Playcenter nos tempos aureos.

Hoje mesmo tentei ir na loja que tem aqui perto de casa mas de repente deu uma azia ao ver a plaquinha indicando o tempo de espera: 40 minutos.

Por isso, tento esquecer a rosquinha.

Mas e como estar no meio do processo de parar de fumar. Quando a vontade esta para desaparecer, surge um caminhao com um logo imenso e repletos de doughnuts soltando aquele cheiro delicioso. Entao resolvo ler uma revista para espairecer. Mas me deparo com um dos muitos artigos sobre as melhores coisas para se comer em Toquio. E o maldito Krispy Kreme esta la na lista. Entao decido comecar a assistir um dos seriados baixados na net. Mas o personagem resolve fazer uma piada com rosquinha Krispy Kreme e os habitos alimentares dos policiais de seriados americanos.

O pior e que a rosca deve ser boa. Na fila que vi hoje, por exemplo, metade da fila ja estava partindo para a segunda rosquinha, ainda que isso custasse pegar a fila de novo e aguardar mais uma hora. A outra metade, que estava quase chegando ao seu destino final, era formada por pessoas com olhos esbugalhados e a boca salivando. Sinais tipicos de fissura.

Comprar um lugar na fila chegou a ser cogitado. Mas so desejei que todos tenham uma feliz disinteria.

Ainda assim, hei de come-lo. Hei de come-lo um dia!!!!

Fotos

Templo em Kamakura

Castelo de Osaka

Monte Fuji+Kawaguchi-ko


Castelo em Aizuwakamatsu

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Q&A

Querido blogue,

Essa vida de blogueiro nao e mole.

Seria mais facil se esse bloque fosse como os outros 99 por cento, cuja tematica e diario adolescente ou putaria. Ou os dois, no caso dos blogues pedofilos. Mas nao, resolvi comecar a escrever sobre a minha vida no Japao.

Quase um diario adolescente, algum piadista pode dizer. Ok, concordo, e quase isso, mas o objetivo inicial era ficar relatando so as coisas engracadas que vivo no dia-a-dia.

O problema e que depois de tanto tempo, a piada comeca a perder graca. Alguem ri da mesma piada duas vezes? Depende de quem conta, mas pelo fato de eu sempre esquecer a moral das piadas, como piadista sou um otimo advogado. Dai a dificuldade de manter uma postagem regular.

Fora que as vezes quero contar umas historinhas mas a minha criatividade nao esta bem calibrada e dai os textos saem um lixo. Dai penso em publicar depois, mas dai ja nao e mais a mesma coisa porque a historia ja esfriou e o impacto do relato virou po.

Era tanta falta de inspiracao que uma epoca ate cheguei a pensar em colocar receitas no ar, mas ate isso nao deu certo porque nunca sei as medidas que uso e as minhas tentativas acabaram se limitando a relatar o nome do prato preparado no dia.

Foto seria uma salvacao, mas hoje em dia estou com tanta imagem arquivada que e contra-producente escolher uma ou outra so com o unico objetivo de ficar enchendo este espaco virtual de linguica.

E outra, agora to comecando a achar muito mais bizarro viver no Brasil.

Essa coisa do Fofomeno, por exemplo. O cara pode pegar e pagar quem quiser, mas foi procurar logo um travecao, daqueles grotescos que ficam em Copacabana. Porra, tem coisa mais engracada do que essa? A recente historia de que um jogador de futebol de um time de ponta da primeira divisao japonesa sofreu condenacao pelo furto de calcinha e coisa de mirim.

E terremoto? Caguei, nao no sentido de borrei a cueca, mas no outro sentido da palavra. Todo dia convivo com um, ja nem me importo mais com as loucas que caem do armario.

Eu poderia mudar o foco e comecar a contar piada para os japoneses. Mas humor japones e uma coisa complicada. Pra comecar, os caras nao conhecem ironia porque eles sao muito literais. E dai eu fico sem instrumento de trabalho. E nao sou capaz de fazer o humor japones, baseado na escatologia ou em trocadilhos infames. Ou humor pastelao, no estilo “Os tres patetas”. Quer dizer, coisas que poderia achar engracado la nos meus 10, 11 anos, nao hoje.

Entao so me resta uma saida para manter este troco vivo ate eu voltar ao Brasil: institucionalizar uma sessao de perguntas e respostas. Pelo menos assim tenho um tema sobre o qual trabalhar e ainda posso dizer que este e um espaco interativo e democratico. Veja a seguir as respostas cretinas a algumas das milhares de perguntas idiotas ja recebidas.

"Tem muita gueixa ai?"
Felipe Silva, de Pindamonhangaba, Brasil

Felipe, nao sei que tipo de tara voce tem, mas tem que ter alguma para fazer esse tipo de pergunta. Para facilitar o seu entendimento, vou permanecer nesta seara das taras. Com qual frequencia voce encontra uma “drag queen”? Se voce nao for o Fofomeno, poucas vezes. Entao, se voce entende que e normal nao encontrar uma “drag queen” a toda hora, vai entender que nao e sempre que se ve uma gueixa dando sopa por ai. Mas se o Felipe Silva e um “amigo” do Fofomeno e quer encontrar uma “drag queen” a toda hora, voce tambem pode, basta conhecer os locais certos e ir nos horarios certos. Esta afirmacao tambem se aplica no caso das gueixas.

"No Brasil vendem uma imagem de que e “cool” ser “cosplayer”. E verdade?"
Ed “The Kat”, de Nova Iorque/EUA

Ed, nao acredite em tudo o que voce le, principalmente no Brasil, onde os materiais escritos sao de baixissima qualidade e muito baseado no achismo. Ao contrario do que voce viu (sim, "viu") naquela revista que chega toda a semana na sua casa, “Cosplayer” japones e tao “loser” quanto “cosplayer” brasileiro. Alias, nao comer ninguem e um pressuposto logico e necessario para ser “cosplayer” em qualquer lugar do mundo. Mas como essa coisa de "cosplayer" tambem acaba chegando de uma forma meio deturpada do outro lado do mundo, vou citar um exemplo mais paulistano: pessoas desejam ter um filho "cosplayer" tanto quanto gostariam de ter um filho "emo".

"Come-se sushi e sashimi todo dia?"
Xisto, do Centro de S. Paulo, proximo da Nova Deli.

Sim, sempre tem alguem comendo sushi e sashimi por aqui. Ate porque o Japao e o unico do lugar do mundo em que se come sushi e sashimi. Ajuize contra os "japoneses” dos Jardins e Itaim que voce frequenta, porque bolinhos de arroz socado por maos baianas nao se enquadra nesta categoria.

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Um problema cabeludo

De tempos em tempos da dos adevas estrangeiros estarem todos cocando o saco ao mesmo tempo e dai comeca uma maratona de e-mails sacaneando um ao outro.

A ultima destas series durou toda uma manha e iniciou-se com uma discussao do tipo “onde vamos almocar hoje” e terminou com um debate acalorado sobre o mais cabeludo dos problemas japoneses.

Este assunto e tao sensivel que uma conversa acerca do tema uma vez quase acabou em briga.

Em um happy hour que misturava locais e gringos, a Sue resolveu confessar que o que mais a chocou na primeira vez que ela foi ao banho termal (doravante “onsen”) nao foi o fato de um monte de gente tomar banho junto, mas o fato da mulher japonesa nao atacar um problema que afige a todos da forma como ele deve ser atacado. Dizia a Sue que ela teve muito, mas muito medo disso, afinal ela nao tinha visto nada parecido antes. Quem veio do oeste borrou a calca de tanto rir mas as locais ficaram todas enfurecidas por um assunto tao sensivel ter sido colocado na mesa.

Realmente, para os ocidentais acostumados com a grama impecavelmente aparada dos jardins ingleses, nao e facil conviver com a floresta tropical de Borneo nem com o espirito “eco” levado as ultimas consequencias.

De fato, um problema muito, mas muito cabeludo.

Brazilian wax faz sucesso no mundo inteiro; o problema e que as japonesas frequentam a mesma depiladora da Claudia Ohana e Vera Fischer.

sexta-feira, 25 de abril de 2008

A primeira vez a gente nunca esquece

Pra quem se borrou todo com a chacoalhadazinha desta semana: e pra ter medo mesmo.

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Escritorios, tremei!

A coisa comecou em 1987, quando foi promulgada a lei que permitiu que advogados estrangeiros prestassem consultoria sobre lei estrangeira por aqui. Segundo esta lei, aos estrangeiros nao era permitida a contratacao de advogados japoneses, associacao a escritorios japoneses e tampouco a prestacao de consultoria em lei local. Igualzinho ao que existe hoje no Brasil.

Os anos que se seguiram foram de atuacao estrangeira bem timida, quer pelas limitacoes legais, quer pela recessao economica.

Em 2005, no entanto, o mercado de prestacao de servicos juridicos sofreu um terremoto que devastou tudo e mudou o cenario para sempre: como fruto do lobby dos escritorios estrangeiros, empresas nacionais e internacionais, acabou aprovada a lei que permitiu a criacao de joint-ventures entre escritorios japoneses e estrangeiros.

Na teoria, significava a derrubada de todas as restricoes citadas acima. Na pratica, a tomada do mercado de assalto pelos estrangeiros.

Ate tal ano, era raro ver escritorio japones com mais de 100 advogados. Escritorio com 10 era considerado medio.

Hoje, com a instalacao de filiais do magic circle (Clifford Chance, Freshfields, Linklaters, Herbert Smith, Allen & Overy), do White & Case, Baker& Mackenzie, Orrick, Ashurst, Greenberg Traurig, Mayer Brown, Morrison & Foerster, Bingham McCutchen, Paul Hastings, dentre outros e a onda de fusoes entre escritorios locais, que se uniram para se protegerem da onda de aquisicoes por estrangeiros, ja e bem mais comum encontrar escritorios com mega estruturas localizados nos mais caros centros financeiros, centenas de advogados, paralegais e equipe de apoio, nos moldes dos grandes escritorios internacionais.

Por aqui, quem nao ficou grande acabou de fora das grandes transacoes internacionais e dos honorarios astronomicos. E viu surgir um abismo intransponivel em relacao aos grandes players do mercado.

Pois e, amiguinhos, e bom irem se preparando porque agora que comecou a onda de instalacoes de filiais de escritorios estrangeiros no Brasil, deve vir um tsunami mais pra frente; no final, so vai sobrar law firm e homens-placa na Praca da Se.

domingo, 20 de abril de 2008

Fotos de um domingo qualquer

Takeshita-doori, em Harajuku...

... filhote de 25 de marco...

...com Doc Dog!!!

terça-feira, 15 de abril de 2008

The prime suspect


Hoje mesmo ouvi a historia do R.T. e do T.D., dois advogados vindo de dois dos mais prestigiosos escritorios de advocacia de Londres que estavam fazendo um HH em um bar em Roppongi, sobre o fato de terem sido violentamente abordados por policiais sob suspeita de terem praticado algum ato criminoso. Isso ainda que o bairro estivesse repleto de negoes em comportamento suspeito (mas eles estao imunes a estes aborrecimentos por trabalharem nas casas noturnas da regiao, dominadas pela mafia). Some-se a isto o fato DA J.M. (destacado para nao acharem que sou eu), advogada vindo da maior firma autraliana, ter sido detida uma vez por nao andar pela rua sem o seu "alien card", a RNE daqui.

Talvez ja tenha citado o fato de que o alienigena e sempre o suspeito numero 1 para qualquer crime praticado aqui (com excecao de estupro, geralmente cometido por marines americanos). Ainda que na TV so saia noticiario de crime praticado por nacionais, enquanto nao se tem ideia de quem e o suspeito, invariavelmente anuncia-se que um estrangeiro e o procurado.

Bom saber que posso cometer qualquer crime barbaro em qualquer lugar do mundo que vou ser sempre o ultimo da lista de suspeitos!

domingo, 13 de abril de 2008

"Enviado de meu BlackBerry®"

Parece que a ultima moda no Brasil e responder a todas as mensagens pessoais atraves do proprio BlackBerry®.

Alias nao seria errado dizer que a mensagem foi enviada do PROPRIO BlackBerry®? Sem falar que essa mensagem e no minimo ridicula. Certo nao seria dizer BlackBerry® de OUTREM, uma vez que quem comprou foi a firma? E se foi VOCE MESMO quem comprou, deixa pra la, particularmente acho que foi um mal negocio.

Um celular normal daqui, desses que se compra por um yen, ja vem com todas as funcoes que sao encontradas em um BlackBerry®. O problema e ficar digitando e-mail em um teclado ordinario de doze teclas, demora pacas. E por isso o japones prefere carregar o seu ultra fino e leve laptop de 50 g para poder terminar a planilha de dentro do trem, em vez de carregar um troco que nao e pratico enquanto celular - pelo espaco ocupado - nem enquanto laptop - pelas limitacoes funcionais.

E por falar em fazer as coisas pela metade, alguem no Brasil ainda usa o celular pra fazer ligacoes?

No Japao, pelo menos, a funcao menos usada do celular e justamente aquela que deveria ser a sua razao de existir. Voce ve a japonesada fazendo de tudo, desde mandando e-mails, pagando contas, acessando o GPS, fazendo compras, vendo televisao, ouvindo musica, armazenando dados, fazendo anotacoes... mas falando ao celular, nunca!

Alias pra mim o celular e um divisor de aguas. A imagem mais forte que eu tinha do Japao, aquela da bolha, era entrar no trem e ver todos os 300 passageiros do vagao lendo “manga”. Hoje em dia voce ve a mesma imagem, com todos os 278 do mesmo vagao (menos passageiros porque a populacao diminuiu de la pra ca) de cabeca baixa, mas todos mexendo freneticamente no celular.

E deve ser coisa antiga, mas descobri outro dia que e possivel interagir com anuncios a partir do celular.

Funciona assim: voce ve uma campanha publicitaria no metro, encosta seu celular nele e ele automaticamente faz o celular acessar o site do anunciante. Obviamente que o objetivo e fazer aquele que acessa o site comprar alguma coisa no impulso. E o cumulo do consumismo, mas experimentei outro dia e achei foda demais. Senti que realmente estou em Toquio.

E falando em interatividade com campanhas publicitarias, acho muito bacana aqui o fato de poder assistir no site do anunciante a “continuacao” de determinado comercial. Nao que o comercial nao transmita a sua mensagem por inteiro, mas ao final do informe sempre aparece uma mensagem instigando o espectador a acessar o site da empresa ou do produto para ver o desdobramento da historinha contada na TV.

Nao sei onde a tecnologia vai nos levar, mas acho que sei qual sera o proximo passo: todo mundo protagonizando um comercial.