quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Cronica de uma tragedia anunciada

Copa no Brasil? Quanta irresponsabilidade...

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

I’m feeling nasty today

Hoje foi um dia historico. Tenho certeza que ficara na memoria de muitos que trabalham comigo.

Com os caciques da equipe fora hoje e amanha por conta de uma rodada de reunioes em um hotel nos arredores de Toquio, os peoes resolveram se rebelar na hora do almoco. Foi so o novo chefe se ausentar que as pessoas se iluminaram como se um enorme peso tivesse saido do ombro. So faltou mesmo o pulinho da alegria. Mas mesmo sem o pulinho, a feicao das pessoas mudou de tal forma que ate gente que nao e da mesma equipe percebeu a mudanca no clima mais leve do ambiente.

O clima de relaxo era tanto que todos chegaram 5 minutos depois que bateu o sinal das 13h (sim, aqui e igual colegio, bate o sinal para comecar a trabalhar; o sinal para sair para o recreio, digo, almoco; sinal para voltar ao trabalho; e, finalmente, sinal para parar de trabalhar) porque resolvemos extrapolar e rangar o nosso “bento” (marmita para os iletrados) nos jardins do Palacio Imperial, que fica aqui em frente e ainda mandar um cafe no Starbucks que fica aqui do lado. Ate propus de emendar uma breja para lembrar os bons tempos de Brasil em que almoco de 2 horas tinha que rolar uma gelada, mas acabei sendo solenemente ignorado.

Mas obviamente que tudo isso nao foi arquitetado pelos japoneses. Eles nao teriam a capacidade de pensar em cometer tamanha ousadia. Tinha que ser coisa de gaijin, esses estrangeiros que vem pra ca tumultuar o bom andamento do sistema.

Vou ver se amanha chego no trampo as 10 da manha, como fazem todos os advogados dos grandes escritorios do mundo afora.

terça-feira, 30 de outubro de 2007

Relembrando o passado

Aqui no Japao sempre acabo preparando algum prato de inspiracao asiatica.

Pensando bem, nao e a toa, pois querendo ou nao, a Sue e eu ja passamos pelos paises asiaticos com maior representatividade no mapa-mundi gastronomico: China, Japao e Tailandia.

Hoje preparei um camarao de inspiracao tailandesa. Digo inspiracao porque nao sei se existe tal prato na Tailandia. Mas pra mim todo prato que traz o conjunto fruto do mar, leite de coco, curry verde, nam pla e capim limao e inspirado na Tailandia. Alias, adoro capim limao. E o que da charme aos pratos tailandeses.

Mas a ideia do post nao e falar das delicias gastronomicas. Mas sim o quanto a Tailandia, meio que sem querer, acabou sendo um pais-chave na minha vida com a Sue.

Foi no Thai Gardens, ali na Nove de Julho (existe ainda? Se nao, e uma pena), que fizemos o nosso primeiro jantar, assim meio despretensioso (na verdade nao tao despretensioso assim; o pior, ou melhor, o melhor, e que nenhum dos estava ali por acaso e de forma tao despretensiosa assim), onde nos encontramos para tratar de assuntos profissionais (quem disse que trabalho pro labore nao pode render frutos?).

Foi na Tailandia que reencontrei a Sue depois de ficar meses afastado dela e em crise, e onde passamos semanas maravilhosas (brigado, Tata, pelas dicas!) e de la sairmos para ficarmos juntos para sempre.

Sempre tive a ideia de que so voltaria aos lugares ja visitados somente depois de esgotar as opcoes de destinos interessantes que existem no mundo. A re-viagem seria la pelos 50 anos e seria um retorno a todos os destinos ja dantes visitados e so para sentir as mudancas implacaveis do tempo.

Mas a Tailandia e uma excecao, queremos voltar o quanto antes, so para sentirmos de novo o gostinho de curtir a vida.

Nao resisti e acabei revendo algumas fotos tiradas la. Alguns exemplares ilustram este post.

Acho que as fotos falam por si, destino recomendadissimo!

A passagem e cara, mas o preco das outras contas que compoe a viagem compensa, sem duvida nenhuma. No final das contas, acaba saindo o mesmo custo que uma viagem a Europa.

Amo meus amigos

Domingo tive o prazer de falar com alguns grandes amigos, irmaos.

Era churras de aniversario de um deles, mais de uma da manha no Brasil e obviamente todos devidamente embriagados (caso contrario nao haveria a decisao de ligar no meu celular a partir de um celular).

Nunca ouvi tantos "eu te amo", "que emocao falar contigo" e "voce faz uma falta do caralho, seu filho da puta" de tantas pessoas em tao pouco tempo. E tambem nao achei que fosse possivel eu provocar tanta emocao e choro nas pessoas. Confesso que me senti a pessoa mais querida do mundo (ta, do mundo e exagero, talvez do Brasil e do Japao).

Saudades desse povo. Saudades das mesmas historias e das mesmas mesas de bares.

Sao estes os seres que tornam dificil a permanencia nestas terras.

Amo todos voces, seus putos!

Kangeikai ou do quanto gostaria de dizer kagei pra vc

E tradicao no Japao todo mundo que comeca a trabalhar receber um welcome party.

Neste contexto ontem rolou a festinha do novo team leader, chefe de equipe para os intimos.

Como a festa era para o ser mais simpatico do universo, a festinha foi bem chatinha.

Cheguei mais tarde por conta do trampo, juntamente com a S-san - que ficou chorando enquanto conversavamos no metro por conta das dificuldades tidas no dia com o novo chefe - mas a festinha estava bem caidinha. A coisa comecou a ficar animada quando a equipe, formada por 11 pessoas, acabou se dividindo em sub-grupos para conversas mais relaxadas. O porem e que a pessoa a quem a festa se dedicava acabou ficando isolado, era o unico que nao dava risadas e nem se preocupava com o que acontecia em volta. Complexo de Napoleao, segundo o Dinesh.

Alias nao sei qual e a dele. Sempre sinto uma bad vibe quando ele esta por perto. Talvez exista um ressentimento pelo fato dele ser uns 10 anos mais velho se comparado aos outros team-leaders de outras equipes e nao ter subido tao rapidamente quanto os seus contemporaneos. Sei la, so sei que o clima nao e muito bom desde que ele chegou.

Saudades da epoca em que estava trabalhando direto com o K-san, o que adora a America Latina, e o A-san, o general manager easy-going.

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Novidade no trampo

Desde a semana passada estou com um novo chefe.

Sempre e dificil a adaptacao com um novo superior, mas dessa vez o desafio parece ser maior.

E unanimidade que o chefe antigo era mais legal e chamava mais a responsabilidade para si e deixava o trabalho fluir melhor. Alem disso, o anterior adorava a America Latina e o estilo latino-americano de trabalhar, o que ele chamava de "na base da amizade".

Nao que o atual seja uma pessoa ruim, mas talvez os nossos genios (e de todos os outros seus subordinados e tambem dos clientes internos, que ja ha tempos vinham desejando boa sorte a mim quando o troca-troca interno ainda nao havia ocorrido) talvez nao batam com o dele. O tempo ira dizer se me enganei (ou nao), mas hoje tive que sair para almocar com ele e o silencio que incomoda acabou dominando a maior parte do tempo.

O novo estilo ao qual estou subordinado, um estilo, digamos, menos centralizador, foi percebido por todos do juridico, inclusive por pessoas de outras equipes. Tambem pudera, estou ficando ate bem mais tarde que de costume.

Nao sei se e bom ou e ruim, o fato e que agora estou trabalhando como se um funcionario regular fosse, e nao como um "secondee", que e a forma como internamente sao chamados os advogados vindos de outras jurisdicoes, que costumam ter uma vidinha mais tranquila - ferias, comparada a vidinha normal em seus respectivos paises de origem.

Nao deveria estar externalizando esse tipo de coisa pois segundo a Sue isso so da margens para a internalizacao desses sentimentos e e o primeiro passo para o insucesso das relacoes interpessoais. Mas nao pude me conter, pois falar mal do chefe e o esporte predileto do trabalhador brasileiro. E o problema e que nao tenho com quem praticar aqui, pois falar mal dos outros e feio, jamais passaria pela cabeca do funcionario japonese comum fazer uma coisa dessas. Como diz a Suita-san, e so mais um aprendizado na vida de um funcionario...

Mas isso e uma coisa invejavel dos japoneses. Voce pode estar responsavel pela coisa que mais odeia na vida, mas ja que e a sua atribuicao, faca o melhor que voce consegue fazer. Sem reclamar.

Mas vamos la, vou conter a minha vontade de mandar o cara tomar no cu e falar para largar a mao de ser folgado. Tudo por uma causa maior, o de continuar a trabalhar bem para estender a minha permanencia no Japao ate pelo menos o final do curso da Sue.

E acho tambem que e hora de pensar mais seriamente em um plano B, um estagio em algum escritorio. Alias preciso lembrar de agendar um jantar com o Sergey, advogado bulgaro da filial japonesa de um escritorio americano (e viva a globalizacao) e tambem com o socio do escritorio japones ao qual o escritorio e filiado para ver se consigo melhorar um pouco o meu humor.