Nao tinha parado para pensar nisto ate ir a China. Foi um choque sair de um pais em que o caos domina e adentrar em territorio dominado pelo silencio, onde e possivel ouvir o som dos passos sobre um chao de carpete.
Lembrei de escrever este post porque ontem fui a um bar com um brasileiro que esta fazendo um tour pelo mundo. Ele me contou o quao deprimente e ficar por ultimo e esperar sozinho pela mala na area de recebimento de bagagens, enquanto uma voz feminina vai anunciando quando a esteira vai parar. A voz e baixa, a gravacao e repetitiva, domina e ecoa pelo ambiente amplo e frio do aeroporto cheio de aco escovado, tons metalicos e iluminado por luz fluorescente branca. A sensacao de solidao aumenta a medida em que o tempo vai passando, as esteiras vao parando, uma a uma, enquanto a gravacao vai sumindo gradativamente, uma a uma, e vai sendo substituida por luzes vermelhas intemitentes em ritmo lento, uma a uma, que anunciam o inicio da movimentacao de outra esteira, imediatamente ao lado.
Em sua viagem a Toquio, tragam o iPod recheado. Gravem coisas alegres, musica eletronica, enfim, algo que traga a vibracao que combina com as luzes, predios e movimentos freneticos desta cidade. Isto sim combina com o cenario. Muito mais que este silencio que incomoda. A cidade ganha uma outra feicao.