sexta-feira, 8 de junho de 2007

The Rambler

Este e um e-mail preparado semanalmente por um advogado indo-canadense que trabalha comigo, onde ele conta curiosidades sobre o cotidiano em Toquio. Achei interessante dividir com os poucos leitores deste blog a visao dos gringos (como se eu nao fosse) sobre a vida no Japao.

"Volume I - Issue I
Elevator Etiquette

This week we will be discussing 'elevator etiquette' in response to a question received from Claury Clervenie of Boston:

[Please note that we at Rambler Publications take confidentiality very seriously and therefore the real names of those who submit questions or comments are never used in our publications. Any and all resemblance to actual people, past or present, is strictly coincidental.]

She writes: "Dear Rambler, A co-worker of mine recently returned from a business trip to Tokyo and told me that he was impressed by the elevators there, and that the ride was quite an experiece. Just as he was about to explain, his blackberry went off and he rushed to a meeting. Not being that fond of this particular co-worker, I never asked him to elaborate (and have generally been ignoring him since). However, I have always remained curious about the topic. Can you help?"

Dear Claurie,

Every morning, when I get to the lobby of my office building, I am forced to enter an elevator with at least 39 other people.

The unwritten rule (or maybe written, I cannot read Japanese so am not so sure what's written on the wall) is that you must step in backwards, and keeps walking backwards until your back is either pressed against the back wall, or against the person behind you (who is either pressed against the back wall, or against another who is pressed against the back wall, I'm sure you follow). There must always be contact, directly or indirectly, with the back wall. Seeing as most Japanese people are rather thin, this rule of thumb results in five parallel rows of 8 or so people, all facing the door, in every elevator (with each elevator only slightly larger than the elevator you use at work i'm sure). As I can't read the warning signs regarding weight limits, I don't know if I have anything to worry about.

Still, I admit that I get nervous when the elevator bounces a little as the last few people enter before the doors close (especially when "Sumo Joe" from accounting is the last one in). It gets hot, and about 30 people have to get out and back in at each floor because, for some odd reason, the people who work on the lower floors all seem to have an affinity for being directly in contact with the back wall.

Further, please note that there is no talking on elevators (a picture of a duck with its beak tied shut by a ribbon is found in the elevator), so informing others that it's your floor and you want to get out is sometimes a tricky process. I have on occasion missed my floor, and have had to ride back down. This is common, and nothing to be ashamed of. Speaking strictly with Japanese body language is difficult, and takes much practice to master.

Though I am uncertain as to what exactly impressed your 'not-so-nice' co-worker, at least now you know all there is to know about elevator etiquette in Tokyo.

The Rambler has spoken."

terça-feira, 5 de junho de 2007

10 coisas que sinto falta do Brasil

Outro dia o pessoal da area de negocios aeroespaciais me chamou para jantar por conta de um fechamento (que acabou pondo fim a uma historia de mais de 20 anos de relacionamento entre a empresa em que trabalho e uma companhia brasileira, relacionamento este que ocasionou o ingresso da empresa na carteira de clientes do escritorio e, por consequencia, a minha vinda pra ca) e acabamos indo a uma churrascaria.

Eis que me perguntam se estava sentindo falta da comida brasileira. Para nao fazer desfeita, tive que mentir e dizer que sim, muita falta e que foi otima a ideia de ir a um lugar em que pudesse matar as saudades da comida brasileira.

Dai parei para pensar do que sinto falta do Brasil. Eis a lista:

- Familia (mais do que nunca);
- Amigos (mandem noticias, seus desgracados);
- Calor humano (ja tema de algumas reclamacoes neste espaco);
- Flexibilidade (idem);
- Diversidade racial (japones realmente e tudo igual);
- Praia (as daqui sao realmente lamentaveis);
- Restaurante para almocar ou jantar mais tarde (incrivel, mas na cidade que acredito existir a maior quantidade de restaurantes do mundo, dificil achar um lugar para almocar as 3 da tarde de um domingo ou as 10 e 30 da noite de um sabado a noite);
- Dirigir (achei que nunca fosse achar isso, mas usar so transporte coletivo, ainda que pertencente a um sistema eficientissimo, as vezes enche o saco);
- Lurdes (que 2 vezes por semana deixava a casa nos trinques);
- Frutas, verduras e legumes baratos e fartos (por um descuido, quase paguei 30 reais por um mini-melao outro dia).

Confesso que me assustei com a dificuldade em listar as 10 coisas...

Mas apesar disso, tem coisas que nao da para achar em outros lugares do mundo. E e por conta destas coisas simples da vida e que nao da para trocar o Brasil por nenhum outro pais, por mais organizado, pacifico e avancado que ele seja.

Gastanca

Caraca, perder peso faz mal pro bolso...preciso comprar ternos novos de novo!

domingo, 3 de junho de 2007

Doutores na TV

Na verdade o post abaixo foi inspirado num programa de TV que estou assistindo no momento, em que a pergunta envolvia a possibilidade de uma pessoa ganhar uma acao contra a empresa que o transfere para uma subsidiaria (o que implicaria em reducao do salario) por conta dele ter largado uma reuniao importante no meio por conta do nascimento de seu filho.

Trata-se de um programa de auditorio, de perguntas e respostas, em que sao apresentadas situacoes do cotidiano e os convidados, atores e artistas em geral, tem que responder se determinada decisao ou ato tomado pelo protagonista da simulacao dramatizada e juridica ou anti-juridica. E os "jurados" que analisam as respostas dadas sao advogados que explicam a juridicidade ou anti-juridicidade da situacao simulada. No Brasil isso so seria imaginavel na TV Justica, mas acreditem, isso passa numa das principais redes abertas do Japao.

Mas o engracado das TVs japoneses nao sao essas esquisitices. O engracado mesmo sao os sons que o auditorio solta. A cada palavra surpreendente, segue-se um "eeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee" num tom crescente e a cada declaracao esclarecedora, um "ahhhhhhhhhhhhhhhh", tambem em tom crescente. E o programa inteiro uma sequencia infinita de "eeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee" e "ahhhhhhhhhhhhhhhh". Para quem tem NHK em casa, vale a pena ver algum programa so para acompanhar estes "eeeeeeeeeeeee"s e "ahhhhhhhhhhhhhh"s so para lembrar deste post e dar risada.

Workaholic

Empresa japonesa tem as suas peculiaridades.

Pelo que eu sinto das conversas do dia-a-dia, os funcionarios sao em sua grande maioria uns funcionarios publicos (so que de um nivel intelectual mais alto e com mais vontade de trabalhar). A grande maioria faz ali so o que tem que fazer, cai a caneta as 17h30, mas mesmo assim vai subindo na carreira. Ha um claro nivelamento por baixo. Mas as empresas sao o que sao e sustentam a segunda maior economia do mundo. O diferencial realmente e o nivel das pessoas e a seriedade com que elas encaram o trabalho (mesmo que seja para fazer so aquilo que precisa ser feito).

Mas quem faz mais do que o necessario realmente trampa muito. E eu, por sorte ou azar, estive envolvido esta semana em alguns projetos com pessoas assim. Resultado, quase todos os dias voltando no ultimo trem, pouco antes dameia-noite.

Levei algumas broncas por conta disso e lembrei de uma amiga minha brasileira que esta noiva de um japones. Talvez o casorio nao saia porque para o seu noivo, o trabalho esta acima de qualquer coisa, inclusive da familia. Nao quero virar uma pessoa assim, apesar de as vezes o sistema levar a isso. Aqui no Japao, como eu disse, chefe e chefe em qualquer momento do dia ou da vida, e ate quando ha convite para jantar, beber, etc., vc tem que encarar tudo isso como parte do trabalho.

Vida dura, vou te contar. Sempre fico naquele esquema de querer ir pra casa o quanto antes porque em casa tem quem me espere, mas nao posso sair na frente porque isso pega extremamente mal. E um dilema constante....