segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Sound of silence

O Japao e um pais de solitarios e a solidao e exponencialmente aumentada pelo silencio que domina o pais.

Nao tinha parado para pensar nisto ate ir a China. Foi um choque sair de um pais em que o caos domina e adentrar em territorio dominado pelo silencio, onde e possivel ouvir o som dos passos sobre um chao de carpete.

Lembrei de escrever este post porque ontem fui a um bar com um brasileiro que esta fazendo um tour pelo mundo. Ele me contou o quao deprimente e ficar por ultimo e esperar sozinho pela mala na area de recebimento de bagagens, enquanto uma voz feminina vai anunciando quando a esteira vai parar. A voz e baixa, a gravacao e repetitiva, domina e ecoa pelo ambiente amplo e frio do aeroporto cheio de aco escovado, tons metalicos e iluminado por luz fluorescente branca. A sensacao de solidao aumenta a medida em que o tempo vai passando, as esteiras vao parando, uma a uma, enquanto a gravacao vai sumindo gradativamente, uma a uma, e vai sendo substituida por luzes vermelhas intemitentes em ritmo lento, uma a uma, que anunciam o inicio da movimentacao de outra esteira, imediatamente ao lado.
“Lost in Translation” traz detalhes que so poderiam ser compreendidos por quem morou um tempo nessa cidade. Sophia Coppola capta bem a essencia do conjunto formado pelo silencio, a solidao, as bizarrices e o mar de predios que se fazem presente a todo o momento. A cena em que Scarlet Johanson contempla a selva de pedra a partir de seu quarto no Hyatt de Shinjuku na mais completa solidao, silencio e melancolia traduz bem o que e viver em Toquio. Percebam que as unicas musicas do filme sao cantadas no bar do hotel e no karaoke. Muito sutil, muito Toquio. Preciso assistir ao filme de novo.

Em sua viagem a Toquio, tragam o iPod recheado. Gravem coisas alegres, musica eletronica, enfim, algo que traga a vibracao que combina com as luzes, predios e movimentos freneticos desta cidade. Isto sim combina com o cenario. Muito mais que este silencio que incomoda. A cidade ganha uma outra feicao.

3 comentários:

Anônimo disse...

Jun,

Acho que essa melancolia é normal e parte do estilo de vida dos japas. Isso não significa que vc tenha que ser ou agir como um. No momento em que me rebelei contra o "sistema" foi justamente quando o Japão virou pra mim um total piração.... comédia mesmo! Passei a me divertir com todos os aspectos bizarros seja de Tokyo seja de Fukuoka. Karaokes são pra extravazar e fazer amigos. Foda-se se eles são fechados. Vc é brazuca! E como tal tem que continuar agindo. Após a primeira aproximação e o espanto, em geral, os japas são super receptivos. Até porque, de tão solitários, adoram qualquer tipo de atenção e conversa. INTERAJA MULEKE!!!

Saudades de vc e Sue!

Jun disse...

O post e mais um comentario sobre o que acontece por aqui do que o que eu efetivamente sinto, pois a Sue nao me deixa sentir solidao nenhuma. Mas vc esta certa, passado o susto inicial, so da mesmo para rir com as bizarrices. O problema e que agora ja estou numa fase em que as bizarrices ja nao me divertem tanto assim...

Anônimo disse...

Então pare de fazer charme e volta logo! Esse ano teremos um mega-ultra evento de fim de ano. Após a semi-gravidez da Belinha, ficou impossível não fazer uma reedição do amigo-escroto. E mais.... seguindo a idéia dos roteiros de charme da turma, esse ano o evento ocorrerá durante todo um fds, na mansão yassuda de praia! EEEEEEEEEEEEEEEE!!!!!!!

Sei que é difícil por conta das aulas da Sue, mas será q ela não deixa vc vir uns diazinhos antes para prestigiar o evento??

bjs