Os jornais japoneses publicam as informacoes recebidas dos verdadeiros “clubinhos de jornalistas” que mantem uma relacao promiscua com as fontes.
Como resultado, todos os jornais e telejornais publicam sempre as mesmas informacoes e trazem sempre mais ou menos os mesmos comentarios, nao sendo possivel distinguir posicionamentos claramente dissoantes entre os diversos veiculos tampouco pluralidade de ideias, nao obstante a grande quantidade de grandes jornais em circulacao.
Talvez esta escrita tenha sido quebrada recentemente pela edicao em ingles do Mainichi Shimbun, um dos mais prestigiosos do arquipelago japones.
A edicao em ingles do dito jornal mantinha uma coluna chamada “WaiWai” que trazia artigos abordando o que seria considerado o lado mais obscuro da sociedade japonesa, principalmente em materia sexual. O problema e que a aludida coluna simplesmente reproduzia, sem indicar a origem, historias ficticias publicadas por tabloides de baixa ou nenhuma credibilidade como se fossem verdades absolutas, por mais inverossimil que fosse a historia contada. E em virtude do prestigio da edicao japonesa do jornal, a edicao inglesa tambem poderia ser vista como uma fonte confiavel de noticias aos olhos de jornalistas estrangeiros menos acostumados com a sociedade japonesa, dai imaginem o estrago causado.
Recentemente aconteceu de uma agencia noticiosa australiana publicar na terra dos coalas, como se fosse a ultima moda no Japao, um artigo sobre um restaurante supostamente localizado nos arredores de Roppongi, um dos bairros boemios de Toquio, que permitia que os seus clientes comessem o prato antes de come-lo, ou seja, estimulava a pratica de zoofilia e depois preparavam o mesmo animal objeto da pratica sexual para servir de alimento (pelo menos ninguem podia reclamar se surgisse um pelo no prato). Outro jornalista menos informado ainda espalhou a noticia de que era comum as maes japonesas pagar um boquete nos proprios filhos para que eles ficassem menos estressados com a vida escolar (se bem que um medico brasileiro ja me contou uma historia de uma mae que foi flagrada em um hospital brasileiro fazendo a mesma coisa para acalmar o filho com retardo mental que se encontrava internado sob a justificativa de que aquilo era a unica coisa que o acalmava...).
Coisas que uma pessoa que reside no Japao sabe que esta muito longe da realidade, ainda que o Japao seja um lugar estranho, bizarro e principalmente hipocrita em se tratando de praticas sexuais.
Como resultado, a referida coluna foi extinta, o editor responsavel punido e o jornal obrigado a divulgar um pedido publico de desculpas, especialmente as japonesas, quase sempre retratadas como pervertidas e doentes.
quarta-feira, 30 de julho de 2008
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