Vergonha alheia e como depressao.
Tanto um como outro sao termos vulgarizados que acabaram por ter seus verdadeiros sentidos esvaziados. Todo mundo diz a toda hora que a tem depressao ou sentiu vergonha alheia quando na verdade nao teve nem uma coisa nem outra.
Eu nunca tive depressao no sentido clinico da palavra mas a experiencia de sofrer de vergonha alheia ainda esta fresca na memoria.
A verdadeira vergonha alheia e sentida quando na conference call a advogada do outro lado da linha nao sabe explicar em ingles os impactos tributarios de uma nova operacao no Brasil ao cliente japones.
A verdadeira vergonha alheia e sentida tambem quando uma pergunta um pouquinho mais elaborada feita em ingles e respondida pelo lado brasileiro por um "how can I explain it..." precedido por murmurios intercalados por risadinhas forcadas, logo rebatido por um silencio constrangedor pelos interlocutores japoneses.
E a verdadeira vergonha alheia e sentida quando uma pessoa e corrigida pelo japones cada vez que respondia alguma coisa que nada tinha a ver com a pergunta feita em ingles.
E tambem e sentida a cada engasgada da mulher com o seu ingles macarronico, que aumenta a vontade ja quase incontrolavel naquele momento de virar uma avestruz e morrer eletrocutada apos enfiar a cabeca na entrada USB do computador.
Ou quando a advogada brasileira pergunta ao cliente japones se ele se importa se a explicacao for feita em portugues. A cereja que faltava.
Em terra de semi-analfabetos a beira da gradacao de investimento, quem manda um "the book is on the table" porreta carregado no sotaque e Shakespeare. Ou advogado de escritorio grande.
terça-feira, 15 de janeiro de 2008
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Um comentário:
Pelo jeito você teve um dia daqueles... De minha parte, estou revisando todos os meus arquivos mentais, pra ver se nunca fiz isso no passado...
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