O Japao que era mais fresca na minha memoria era o Japao da bolha economica, nos anos 80.
Os anos 80 em que a raca dominante era dos “salarymen”, palavra inexistente no dicionario anglo-saxao mas que representa o verdadeiro heroi japones, nao aquele que usa armas a laser, que voa ou mata alilenigenas que querem destruir a Terra, mas aquele que usa camisa social, pega trem lotado todos os dias, fica no trabalho ate de madrugada todos os dias e que a partir do trabalho transformou cinzas em potencia economica.
Os salarymen sao hoje uma raca em extincao. Nem todos os salarymen unidos conseguiram mudar a realidade trazida pela globalizacao, a forte concorrencia globalizada e os tempos de fusoes e aquisicoes, que acabaram alterando o meio ambiente em que estes seres se proliferavam.
Graduados, eles nao escolhiam a profissao e sim a firma onde iriam passar o resto da vida e boa parte dos dias e noites antes da tao esperada aposentadoria. Ofereciam lealdade, suor, choro e sangue por uma empresa que em troca ofereciam tudo o que os salarymen e sua familia precisavam, desde subsidio para moradia ate o hotel para passar ferias. Tempos em que se poderia dizer que o Japao era onde o socialismo deu certo.
Mas o fim da era da pujanca forcou as empresas a mudarem. Eles nao poderiam mais permitir tantos beneficios e os tempos bicudos fizeram com que eles trocassem os salarymen pelos contratados temporarios.
E e ai que eu entro.
Foi no pos-bolha que comecou a haver uma maior entrada de estrangeiros no mercado de trabalho que, como eu, vem para ocupar o espaco que ha 20 anos teria sido ocupado por um heroi japones. E foi no pos-bolha que aumentou a absorcao de mao-de-obra estrangeira barata para suprir os postos de trabalhos que os japones se recusavam a assumir.
Mas nao sao so os estrangeiros que simbolizam o novo tempo do mercado de trabalho japones.
quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008
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